
Cidade da Praia, 28 Dez (Inforpress) - O presidente da UCID reiterou hoje que Cabo Verde precisa de “uma estratégia nacional clara” para enfrentar fenómenos climáticos extremos, e propôs a criação de um Fundo Municipal de Emergências Climáticas em todos os municípios.
João Santos Luís, que lidera a União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição), falava em conferência de imprensa para apresentar as propostas adicionais do partido democrático cristão para mitigação da situação dos sete municípios afectados pelas últimas tempestades que assolaram o país.
Além da criação de um Fundo Municipal de Emergências Climáticas em todos os 22 municípios do país, o líder da UCID insta ainda à Associação Nacional dos Municípios de Cabo Verde (ANMCV) a convocar “com urgência” uma reunião extraordinária para avaliar tecnicamente os impactos e propor medidas práticas e imediatas e “não acções simbólicas”.
“Cada município deve ter meios próprios e imediatos para agir. Cabo Verde tem de deixar de reconstruir para voltar a destruir. Chegou a hora de investir seriamente em correcções torrenciais, infraestruturas de drenagens modernas e dimensionadas, fiscalização rigorosa em zonas de riscos e ordenamento do território, com visão e responsabilidade”, reforçou.
João Santos Luís insistiu que Cabo Verde precisa de uma estratégia nacional “clara, coerente e tecnicamente sólida” para enfrentar os fenómenos climáticos extremos, e, por isso, entende que antes das eleições e acima de qualquer interesse político, está a vida, o bem-estar e a segurança das pessoas e das famílias cabo-verdianas.
O país, segundo a mesma fonte, enfrenta “uma situação séria” e a UCID, como força política “responsável e com governo sombra recentemente criado, não pode assistir calada ao sofrimento” das pessoas nem às “respostas insuficientes” que têm sido dadas.
“Governar significa mais do que anunciar o estado de calamidade, significa proteger pessoas em tempo útil e liderar com olhos postos na felicidade das pessoas”, precisou.
Para o presidente da UCID, o actual Governo “não sabe como fazê-lo, então “que deixe espaço para quem sabe e tem coragem para tal”.
“É possível fazer diferente, é possível fazer melhor, o que vemos hoje é resultado de anos de desinvestimento e decisões mal planificadas. As alterações climáticas não podem continuar a ser usadas como desculpa para esconder falhas de governação”, finalizou.
SC/AA
Inforpress/Fim
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