Tarrafal: Presidente de Portugal pede aposta na liberdade, na paz e na democracia

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Tarrafal: Presidente de Portugal pede aposta na liberdade, na paz e na democracia
01/05/24 - 07:54 pm

Tarrafal, 01 Mai (Inforpress) – O Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou hoje a Cabo Verde, Guiné-Bissau e Angola para lutarem em conjunto para que nunca mais haja campo como o do Tarrafal, mas o da de liberdade, da democracia e da paz.

 

 

O chefe de Estado português discursava na sessão comemorativa dos 50 anos da libertação dos presos políticos no Campo de Concentração do Tarrafal, na presença dos presidentes de Cabo Verde e de Guiné-Bissau, José Maria Neves e Umaro Sissoco Embaló, respectivamente.

Marcou ainda presença na cerimónia o ministro da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos, em representação do Presidente da Angola, João Lourenço, e o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.

Para Marcelo Rebelo de Sousa estes países que foram colónias portuguesa, e que considerou “países irmãos”, assim como Portuga, l querem um futuro de liberdade e que não caibam campos de morte de lenta como o de Chão Bom, no Tarrafal de Santiago.

“Esse é o nosso desafio de hoje e Portugal assume-o plenamente por estar neste momento o Presidente da República Portuguesa, o governo português e autarcas portugueses, quer dizer que o povo português assume em plenitude a rejeição deste passado e construção de um futuro diferente. É este o sinal da nossa presença e da minha presença em nome de Portugal”, vincou

Rebelo de Sousa, que lembrou que a democracia e liberdade se constroem todos os dias, comprometeu-se em lutar “todos os dias, de todos os meses e de todos os anos” em conjunto com os demais países por este “futuro diferente” que todos querem, para que nunca mais se regresse ao passado.

“Não mais campos como este, sim campo de liberdade, da democracia de paz e de futuro para todos nós”, defendeu.

“Essa é uma lição do passado. A lição do passado é que aqui sabemos o que é a opressão, aqui vemos os sinais visíveis do que é a repressão sanguenta, aqui podemos testemunhar o que não queremos que seja o presente e que não queremos que seja o futuro. Não mais queremos que se possa repetir aquilo que foi vivido aqui quase durante 40 anos (…)”, observou.

Na sua opinião, o que foi vivido no ex-campo de Concentração do Tarrafal talvez seja a forma “mais brutal” daquilo que foi vivida em Portugal, Angola e Guiné-Bissau e noutros “estados irmãos” da mesma causa, da mesma luta, da mesma procura de futuro

“Não queremos mais repetir essa experiência. E por isso este Museu da Resistência é como todos os museus um museu vivo, é um museu que testemunha o que foi o sofrimento e a morte, mas, é um museu que se quer vivo como o encontro de hoje, nosso encontro, o encontro deste presente e encontro virado para o futuro”, reforçou.

“(…) Este museu é fundamental para quantos aqui viveram o que não queremos, poderem testemunhar, mas sobretudo para os mais jovens, os jovens de hoje e de amanhã saberem aquilo que devem rejeitar, sempre: não há confusão possível entre a opressão e a liberdade, e entre a ditadura e a democracia”, realçou.

Na ocasião, aproveitou para render homenagem a centenas de presos políticos que ali sofreram, aos mais de 30 que morreram às mãos daquilo que começou por ser uma ditadura portuguesa para os portugueses e depois uma ditadura imperial e colonial que reprimiu também os “irmãos angolanos, guineenses e cabo-verdianos”.

O evento foi marcado pelo descerramento da placa comemorativa da efeméride, seguido da conferência "Campo de Concentração do Tarrafal: Genealogia, Histórica, Modelos de Repressão e Memórias Transnacionais de Resistência", que teve como conferencista o professor e historiador Victor Barros, e uma visita guiada ao também Museu da Resistência.

As comemorações culminam com um concerto musical com Mário Lúcio (Cabo Verde), Paulo Flores (Angola), Karyna Gomes (Guiné-Bissau) e Tersa Salgueiro (Portugal).

FM/JMV
Inforpress/Fim
 

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