Ribeira Grande, 03 Jun (Inforpress) – O secretário-permanente do Sindicato Livre dos Trabalhadores de Santo Antão (SLTSA), Carlos Bartolomeu, anunciou hoje que vai deixar o cargo, que ocupa desde 2013, afirmando que a decisão “já está tomada” e que não pretende voltar atrás.
Em declarações à Inforpress, o responsável sindical defendeu a necessidade de renovação dos órgãos dirigentes, sublinhando que, embora o sindicato tenha registado algumas mudanças ao longo dos anos, a liderança principal tem permanecido inalterada.
“É importante permitir a entrada de novos dirigentes com outra dinâmica, mesmo mantendo a perspectiva de continuidade”, afirmou.
Segundo o sindicalista o SLTSA funciona com base em quotas dos seus associados, uma contribuição mensal que ronda os 200 escudos por trabalhador.
Contudo, conforme a mesma fonte, trata-se de uma classe de baixos rendimentos, o que tem condicionado a capacidade do sindicato para concretizar vários projectos.
“Apresentámos propostas a nível nacional e internacional, mas nunca recebemos o ‘feedback’ que esperávamos”, lamentou.
Entre os projectos que ficaram por concretizar, destaca-se a criação de um site oficial do sindicato e um pedido de financiamento submetido no Luxemburgo.
“Também apresentámos projectos de capacitação de dirigentes e delegados sindicais, bem como acções de valorização da mulher no movimento sindical, mas infelizmente sem qualquer resposta”, acrescentou.
O dirigente apontou ainda a falta de retorno por parte de entidades públicas, incluindo câmaras municipais, o Governo e o Ministério do Trabalho, considerando que a actuação do sindicato tem sido “responsável, transparente, construtiva e pedagógica”.
Contudo, evidenciou que a maior “frustração” está relacionada com o Ministério da Agricultura.
Segundo Carlos Bartolomeu, o sindicato tem tentado, sem sucesso, resolver pendências com este ministério desde 2021, incluindo situações de trabalhadores com contratos por regularizar e salários de apenas 249 escudos por dia.
“Não conseguimos estabelecer um diálogo aberto e construtivo com o ministério, o que nos deixa com um sentimento de impotência”, afirmou.
Apesar das dificuldades, o sindicalista mostrou avanços conseguidos junto dos Ministérios da Educação e da Saúde, bem como de algumas entidades privadas, onde considera que houve abertura e cooperação institucional.
“Saímos com o sentimento de dever cumprido”, frisou.
LFS/HF
Inforpress/Fim
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