Secretário-permanente do SLTSA anuncia saída após mais de uma década no cargo

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Secretário-permanente do SLTSA anuncia saída após mais de uma década no cargo
03/06/25 - 04:37 pm

Ribeira Grande, 03 Jun (Inforpress) – O secretário-permanente do Sindicato Livre dos Trabalhadores de Santo Antão (SLTSA), Carlos Bartolomeu, anunciou hoje que vai deixar o cargo, que ocupa desde 2013, afirmando que a decisão “já está tomada” e que não pretende voltar atrás.

Em declarações à Inforpress, o responsável sindical defendeu a necessidade de renovação dos órgãos dirigentes, sublinhando que, embora o sindicato tenha registado algumas mudanças ao longo dos anos, a liderança principal tem permanecido inalterada.

“É importante permitir a entrada de novos dirigentes com outra dinâmica, mesmo mantendo a perspectiva de continuidade”, afirmou.

Segundo o sindicalista o SLTSA funciona com base em quotas dos seus associados, uma contribuição mensal que ronda os 200 escudos por trabalhador.

Contudo, conforme a mesma fonte, trata-se de uma classe de baixos rendimentos, o que tem condicionado a capacidade do sindicato para concretizar vários projectos.

“Apresentámos propostas a nível nacional e internacional, mas nunca recebemos o ‘feedback’ que esperávamos”, lamentou.

Entre os projectos que ficaram por concretizar, destaca-se a criação de um site oficial do sindicato e um pedido de financiamento submetido no Luxemburgo.

 “Também apresentámos projectos de capacitação de dirigentes e delegados sindicais, bem como acções de valorização da mulher no movimento sindical, mas infelizmente sem qualquer resposta”, acrescentou.

O dirigente apontou ainda a falta de retorno por parte de entidades públicas, incluindo câmaras municipais, o Governo e o Ministério do Trabalho, considerando que a actuação do sindicato tem sido “responsável, transparente, construtiva e pedagógica”.

Contudo, evidenciou que a maior “frustração” está relacionada com o Ministério da Agricultura.

Segundo Carlos Bartolomeu, o sindicato tem tentado, sem sucesso, resolver pendências com este ministério desde 2021, incluindo situações de trabalhadores com contratos por regularizar e salários de apenas 249 escudos por dia.

“Não conseguimos estabelecer um diálogo aberto e construtivo com o ministério, o que nos deixa com um sentimento de impotência”, afirmou.

Apesar das dificuldades, o sindicalista mostrou avanços conseguidos junto dos Ministérios da Educação e da Saúde, bem como de algumas entidades privadas, onde considera que houve abertura e cooperação institucional.

“Saímos com o sentimento de dever cumprido”, frisou.

LFS/HF

Inforpress/Fim

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