Mindelo, 21 Jun (Inforpress) – O primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva deixou, no Mindelo, um recado ao sector privado para que tire o maior proveito do Terminal de Cruzeiros, inaugurado hoje e perspectivado para fazer crescer a economia da ilha.
O chefe do executivo, que presidiu à cerimónia de inauguração no final da tarde de hoje, realçou que após a conclusão da infra-estrutura fica a pergunta do que acontece depois.
Inserindo o terminal no conjunto de vários projectos concretizados e por fazer em São Vicente, Ulisses Correia e Silva assegurou que estão criadas as condições de investimento e que precisam ser agora aproveitadas.
“Para dizer que o Governo investe, procura boas parcerias, como temos tido, para criar as condições para que o sector privado avance”, enfatizou a mesma fonte, para quem agora as pequenas, micro, médias empresas, startups devem aproveitar a iniciativa e fazer crescer a economia local.
Para o primeiro-ministro, o Terminal de Cruzeiros é um “exemplo marcante de desenvolvimento, apesar das dificuldades” e mostra que o “Governo já cumpriu o prometido com a grande infra-estrutura”.
Ulisses Correia e Silva aproveitou a oportunidade para reconhecer as parcerias que tornaram possível este terminal de cruzeiros, os Países Baixos, representado pela sua embaixadora, Carmen Hagenaars, a União Europeia, representada pela directora-geral Adjunta, Miriam Ferran, e pela embaixadora Carla Grijó.
Em sua intervenção, Carmen Hagenaars assegurou que a assinatura do contrato para a construção da obra representou um “marco fundamental” para a cooperação entre os dois países, que já vem de longa data, tal como recordou.
“Com este novo terminal, estamos a dar uma nova forma a um antigo vínculo, mais forte e sustentável do que nunca”, reiterou.
Por seu lado, a directora-geral adjunta das Parcerias Internacionais da União Europeia, Myriam Ferran, enumerou benefícios concretos do terminal que, a seu ver, “personifica o poder transformador da parceria, a realidade de uma visão compartilhada”.
“As conquistas concretas possíveis quando a expertise europeia se conjuga com a visão estratégica de Cabo Verde para posicionar a sua ilha como um polo incontestável no Oceano Atlântico”, sintetizou Myrian Ferran, que considera ser o projecto uma conquista muito concreta do Global Gateway da Estratégia Europeia para a Sustentabilidade.
A cerimónia contou ainda com a intervenção do presidente da empresa gestora dos Portos (Enapor), Ireneu Camacho, para quem o terminal é um “marco importante” que revela uma nova era para o turismo, economia azul e posicionamento internacional de Cabo Verde.
“A construção deste porto representou um desafio técnico e logístico de grande envergadura desde o lançamento da primeira pedra até a finalização”, considerou Irene Camacho, referindo-se à eficiência e qualidade do empreendimento.
Uma obra que, conforme a mesma fonte, vai contribuir ainda para tornar o país num `hub´ de turismo de cruzeiros.
Entretanto, a inauguração aconteceu sem nenhum navio atracado, já que o navio “Seven Seas Voyager”, previsto para abrilhantar a cerimónia, teve o processo de atracação abortado pelo comandante que alegou falta de condições climáticas para tal decisão.
Mas, o evento foi animado com demonstrações de Carnaval, fogos de artifício e actuações musicais que devem prolongar-se até à madrugada.
A obra do terminal foi adjudicada por cerca de 3,6 milhões de contos, co-financiada pelo Fundo ORIO, dos Países Baixos, e pelo Fundo OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para o Desenvolvimento Internacional.
O investimento foi também incluído no pacote Global Gateway da União Europeia em Cabo Verde, com aplicação de 300 milhões de euros prevista para os próximos anos.
LN/ZS
Inforpress/Fim
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