Mindelo, 06 Jun (Inforpress) – Os operadores turísticos de São Vicente mostram-se prontos para unirem-se em rede de prevenção e protecção contra o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes e intervirem junto dos turistas e da comunidade.
Este é também um dos propósitos da formação ministrada quinta-feira, 05, aos operadores turísticos, no Mindelo, inserido no Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, promovido pelo Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA).
Conforme avançou à imprensa o coordenador do plano, Nilson Mendes, a acção formativa tem como objectivo englobar todos os operadores turísticos, desde taxistas, guias turísticos, agências de viagens, recepcionistas, funcionários de bares e hotéis, no sentido de os sensibilizar e orientar que a agressão sexual a crianças pode acontecer, sobretudo no contexto de viagens.
“E aí quais são os sinais que eles próprios podem identificar e denunciar”, considerou, referindo-se que o ICCA tem estado a apelar e a trabalhar com o Ministério do Turismo, que é parceiro do plano de protecção.
No caso de São Vicente, segundo a mesma fonte, está identificado em relação à vulnerabilidade das crianças e dos adolescentes e sendo assim o encontro visa criar a rede de protecção e prevenção.
Neste sentido, disse Nilson Mendes, os próprios operadores turísticos podem servir de elo com a comunidade, com os turistas, para mostrar que as crianças e adolescentes devem estar protegidos de todas as formas de abuso e violência sexual.
A representante das agências de viagens, Isaneth Coutinho afirmou ter conhecimento de turistas que vêm a Cabo Verde com o propósito de procurar um turismo sexual, não propriamente direccionado a crianças e adolescentes.
Entretanto, adiantou, esta foi uma das razões de as agências de viagens aderirem à uma iniciativa internacional precisamente direccionada à protecção dos mais pequenos.
“E quando aderimos, estabelecemos um plano interno de como é que podemos actuar neste aspecto e sensibilizar os fornecedores e todos os funcionários, guias e alojamentos com quem trabalhamos, para agirem e trabalhar como uma rede”, sintetizou.
Para o guia turístico Nelson Lopes, a formação desperta os sentidos para este fenómeno mundial, que afecta também Cabo Verde, com a sua economia aberta e bastante dependente do turismo.
Por isso, asseverou, o país não está imune às situações de violência e abuso sexual e, daí, ser “muito importante começar a consciencializar e passar as informações às famílias, colegas para defenderem a causa”.
A acção formativa é o último do ciclo de formações do tipo, que já passou pelos concelhos de Santo Antão, Praia e agora São Vicente.
A iniciativa é promovida pelo ICCA, em parceria com o Instituto do Turismo de Cabo Verde e está enquadrada dentro da Semana Nacional de Luta contra o Abuso e a Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes.
LN/CP
Inforpress/Fim
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