Mindelo, 12 Ago (Inforpress) – O primeiro-ministro anunciou hoje que já está montado um gabinete de crise para dar uma resposta efectiva às pessoas e às infra-estruturas, na sequência das chuvas que provocaram perdas humanas e materiais em São Vicente.
Ulisses Correia e Silva falava à imprensa na zona de Salamansa onde foi constatar os estragos e manifestar pesar aos familiares de três vítimas mortais provocadas pelas chuvas.
Segundo a mesma fonte, o gabinete de crise conta com membros do Governo da área das infra-estruturas, Inclusão e Protecção Social e da área da Saúde porque é preciso também dar acompanhamento psicológico às pessoas afectadas.
“Isto foi muito forte. É preciso estar no terreno para podermos constatar de facto o alcance e todo o impacto desta destruição provocada por um fenómeno natural, não desejável, mas que deixou uma destruição que segundo as pessoas dizem é a mais grave de todos os tempos”, afirmou.
Questionado pela Inforpress como é que o Governo está a articular-se com as demais autoridades para fornecer água e bens de primeira necessidade às pessoas que perderam tudo nas enxurradas, Ulisses Correia e Silva disse que estão a fazer um levantamento junto com a Câmara Municipal de São Vicente.
Isto, explicou, para criar as condições de terem rendimento necessário, satisfazerem as suas necessidades diárias de alimentação e saúde, garantir que as pessoas continuem a ir para a escola quando o ano escolar começar.
“Este trabalho tem que ser de identificação e depois de acção imediata”, lançou a mesma fonte adiantando que além de mobilizar o Fundo Nacional de Emergência e de accionar o Banco Mundial, o Governo está em contacto com outras instituições internacionais, tais como a FIFA que se disponibilizou a dar algum apoio para ajudar a reconstruir as infra-estruturas desportivas que foram destruídas.
O primeiro-ministro também foi questionado como alertar as pessoas para se preparar em caso de ocorrência de situações, tendo em conta que o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG) não conseguiu alertar para esta situação alegando falta de equipamentos.
Sobre este particular, Ulisses Correia e Silva escusou-se em fazer qualquer argumentação “sem ter dados seguros”.
“É preciso que a fundamentação seja argumentada. Depois, é preciso comparar com aquilo que está a acontecer em várias partes do mundo. Países tecnologicamente avançados foram surpreendidos com fenómenos graves como estes, com inundações”, argumentou citando casos de Espanha, Canárias e Madeira.
Por isso, o chefe do Governo considerou que qualquer sentido de responsabilização tem de ser devidamente argumentado para poder ter dados suficientes.
“O mais fácil é apontar o dedo e é preciso nesta fase centrar naquilo que é fundamental que é proteger as pessoas e fazer a reconstrução”, sentenciou, reconhecendo, entretanto, que se deve “prevenir se as condições forem possíveis” e “minimizar sempre que for possível prever situações meteorologicamente identificadas como fenómenos extremos”.
O Governo decretou o Estado de Calamidade em São Vicente e Santo Antão, na sequência das chuvas intensas que se abateram sobre essas ilhas na madrugada de segunda-feira, que provocaram mortes, desaparecimentos e infra-estruturas afectadas.
Até agora já foram contabilizados oito mortos e outras pessoas continuam desaparecidas.
CD/HF
Inforpress/Fim
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