Mindelo, 21 Ago (Inforpress) – O presidente da Câmara Municipal de São Vicente admitiu hoje que a edilidade “não tem pressa” na resposta que deveria ser dada depois das fortes chuvas que assolaram a ilha e deixou mortes e prejuízos diversos.
Augusto Neves respondeu desta forma ao ser interpelado pelos jornalistas sobre críticas à sua alegada ausência no terreno e alguma falta de intervenção camarária.
Entretanto, segundo a mesma fonte, a edilidade tem “trabalhado intensamente nos feriados e no fim de semana”, na limpeza geral da ilha e desobstruindo as estradas, “fazendo as coisas com qualidade e tranquilidade”.
“Há pessoas que estão com pressa, mas nós não temos pressa, nós vamos fazer o nosso trabalho”, asseverou.
Questionado se a câmara tem equipamentos suficientes para dar resposta a essa situação, Augusto Neves afiançou que sim, e enumerou 33 caminhões e 20 máquinas no terreno “de manhã à noite”.
“Eu aquilo que faço é trabalhar, trabalhando em todas as zonas, em todos os bairros, embora a nossa preocupação primeiro seja as pessoas”, sublinhou o autarca, que disse ter acompanhado o enterro de todas as vítimas do temporal.
Por outro lado, conforme a mesma fonte, a câmara tem dado apoio aos familiares enlutados, inclusive com ajuda financeira, e também às pessoas desalojadas.
Um apoio que, assegurou, está a ser feito através dos 2.500 funcionários que “estão todos no terreno”, juntamente com as Forças Armadas e outras entidades.
“Os críticos devem, em vez de criticar, vir para o terreno e trabalhar também, como nós, no terreno, na terra, para ver que, com certeza, mais rapidamente nós restituiremos aquilo que nós queremos, que é a normalidade”, lançou Augusto Neves.
Relativamente às críticas sobre a inexistência do Plano Director Municipal (PDM), o presidente que comprovou com documentos exibidos aos jornalistas, garantiu que este documento existe, aprovado pela câmara e assembleia municipais, desde 2012 e com novas correcções desde então.
“A câmara municipal, para além do PDM, tem planos detalhados, tem todos os instrumentos que servem para que a gente possa fazer funcionar as coisas da melhor forma”, continuou.
Interpelado se, mesmo assim, foi autorizadas construções nas zonas ribeirinhas, que foram mais afectadas, Augusto Neves respondeu que “São Vicente é tudo ribeira, desde Ribeira de Craquinha, Ribeira de Passarão, Ribeirinha e outras”.
Quanto ao caso concreto de Chã de Alecrim, que teve uma casa com fundação exposta devido à construção recente de um outro prédio no local, onde antes existia um dique, a mesma fonte remeteu as culpas aos proprietários da moradia antiga.
“Não, isso não é por causa do prédio. Isso tem outras consequências, sabem perfeitamente. Não fazem fundações devidamente, isso é o que acontece, e depois é fácil apontar o dedo”, criticou o autarca.
Augusto Neves disse que não tem medo das críticas e vai seguir fazendo o seu trabalho “com tranquilidade” e continuar no terreno com as pessoas da ilha, que conhece “muito bem”.
LN/AA
Inforpress/Fim
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