Santo Antão: Trabalhadores da Corda recebem salários em atraso após quase um ano de espera

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Santo Antão: Trabalhadores da Corda recebem salários em atraso após quase um ano de espera
26/08/25 - 06:43 pm

Ribeira Grande, 26 Ago (Inforpress) - Os 11 trabalhadores da localidade da Corda, Planalto Leste, Santo Antão, que reclamavam há quase um ano pelo pagamento de dois meses e meio de salários em atraso, confirmaram que já receberam parte do montante em dívida.

A informação foi avançada à Inforpress por Adriano Cardoso, um dos trabalhadores, que garantiu que “no final do dia 25 de Agosto, os valores correspondentes a dois meses e 15 dias de trabalho estavam já depositados nas contas”.

Segundo a mesma fonte, o pagamento ocorre após meses de incerteza, promessas não cumpridas e sucessivas denúncias públicas feitas pelos trabalhadores contra a empresa MF Group – Construções & Serviços, Lda.

No dia 20 de Agosto, os trabalhadores denunciaram à imprensa que estavam há quase um ano à espera de receber salários relativos a trabalhos de manutenção de caminhos vicinais nas zonas de Corda, Figueiral, Selada de Mocho e Boca de Ambas as Ribeiras.

António Lopes, responsável pelo grupo, recordou que a situação de incumprimento começou em Março de 2024.

Segundo a mesma fonte inicialmente os pagamentos foram feitos com regularidade, mas rapidamente começaram os atrasos.

“Em Dezembro, o engenheiro responsável teria prometido liquidar os salários antes do Natal, o que não aconteceu, obrigando muitos trabalhadores a endividarem-se”, recordou.

No dia 22 de Agosto, o responsável da MF Group numa entrevista à TCV, justificou os atrasos com alegados reembolsos pendentes da Câmara Municipal da Ribeira Grande, entidade que considerou ser a dona da obra.

Por sua vez, a autarquia, através de um comunicado publicado nas redes sociais, e posteriormente apagado, negou a existência de qualquer contrato com a empresa, esclarecendo que, “num gesto de solidariedade”, tinha adiantado 800 mil escudos para ajudar a desbloquear a situação, montante que viria a ser confirmado pela própria empresa.

Mais tarde, a MF Group publicou uma nota de repúdio, garantindo que existe um contrato válido assinado com a câmara municipal, acusando a edilidade de prestar declarações “falsas” e de prejudicar a imagem institucional da empresa.

Apesar da polémica em torno do contrato, os trabalhadores confirmam que receberam os salários em falta, ainda que com grande atraso.

Resta agora apurar as responsabilidades entre a Câmara Municipal da Ribeira Grande e a MF Group relativamente ao financiamento e execução das obras.

LFS/ZS

Inforpress/Fim

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