Santo Antão: Presidente do Sindprof exige revisão da lista transitória do PCFR por “injustiças graves”

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Santo Antão: Presidente do Sindprof exige revisão da lista transitória do PCFR por “injustiças graves”
22/05/25 - 02:29 pm

Ribeira Grande, 22 Mai (Inforpress) – A presidente do Sindicato Democrático dos Professores (Sindprof) denunciou hoje, na Ribeira Grande, “graves anomalias” na lista transitória provisória do PCFR e exigiu a sua revisão para que nenhum docente seja “prejudicado” na progressão na carreira.

“Os professores sentem-se injustiçados. Há casos em que docentes com contratos definitivos passaram a resolutivos, o que é ilegal, porque a nova lei do emprego público só saiu depois desses contratos já estarem firmados. Isto tem de ser corrigido”, afirmou Lígia Herbert.

Lígia Herbert sublinhou ainda que a lista provisória contém “inúmeras anomalias” e alertou para situações em que docentes com mais de 20 anos de serviço “perdem todo o percurso de carreira” após uma simples reclassificação, o que, segundo afirmou, é inaceitável.

“A meritocracia tem de vingar”, reforçou, defendendo que não se deve publicar listas “precipitadas” quando há risco de lesar direitos adquiridos.

A responsável do Sindprof apelou aos professores para que consultem o PCFR na íntegra e exerçam o seu direito de reclamação, apresentando documentos e evidências das irregularidades detectadas.

Outro ponto levantado por Lígia Herbert diz respeito às educadoras de infância contratadas pelas câmaras municipais.

“Não se pode ter uma educadora de infância numa ilha a receber um salário e noutra ilha um valor superior. O PCFR foi criado precisamente para garantir justiça e igualdade”, sustentou, criticando as autarquias que alegam falta de condições financeiras para aplicar a actualização salarial.

“As câmaras municipais são públicas. Devem criar condições para cumprir o que está estipulado na lei”, frisou.

A sindicalista defendeu também que os professores aposentados devem ser incluídos na actualização salarial, por terem contribuído para o sistema educativo e estarem hoje em situação económica precária.

“Não existe nenhuma profissão chamada ‘aposentado’. São professores e devem ter os mesmos direitos”, sublinhou.

Por fim, Lígia Herbert manifestou preocupação com a ausência de valorização académica, apontando que mestres e doutores continuam a ser equiparados a licenciados na lista transitória.

“Se todos pertencem ao GF5, os salários devem ser iguais, mas também deve haver reconhecimento dos títulos académicos. Caso contrário, não haverá carreira para o professor”, enfatizou.

Lígia Herbert esteve durante três dias em Santo Antão, onde percorreu todos os agrupamentos escolares dos concelhos do Porto Novo, Paul e Ribeira Grande, ouvindo de perto as preocupações dos docentes e educadoras de infância da ilha.

LFS/HF

Inforpress/Fim

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