Ribeira Grande, 03 Jul (Inforpress) - O diretor do Hospital João Morais, Nilton Sousa, afirmou hoje que o número de amputações em Santo Antão tem diminuído graças às missões médicas dos Países Baixos, que trazem à ilha especialistas em cirurgia vascular.
"Estamos a falar de cirurgias que custariam cerca de cinco mil euros na Europa e que, graças a esta missão, foram feitas aqui de forma totalmente gratuita, melhorando a vida de dezenas de pessoas", afirmou.
Em declarações à Inforpress, Nilton Sousa enalteceu o impacto da mais recente missão médica dos Países Baixos, enquadrada no projeto Care for All (Cuidado para Todos) que esteve em Santo Antão a prestar cuidados especializados de saúde, particularmente em áreas que não existem na ilha, como Cirurgia Vascular, Oftalmologia e Urologia.
Segundo Nilton Sousa, esta missão, organizada por uma médica cabo-verdiana residente nos Países Baixos, em parceria com outros especialistas neerlandeses, teve um contributo “extraordinário” para a população da região.
Sobretudo, enfatizou, no combate às doenças vasculares, “um dos problemas de saúde mais graves” e com consequências sociais e económicas diretas.
"Em Santo Antão, não temos cirurgia vascular. Nos hospitais de referência, só o Hospital Agostinho Neto dispõe desta especialidade e, mesmo assim, só conseguimos transferir, em média, um doente por ano. Isto demonstra o quão vital foi a presença desta equipa, ao permitir tratar localmente dezenas de pessoas que, de outra forma, corriam o risco de amputação", explicou.
Durante a missão, segundo a mesma fonte, foram realizadas 127 consultas e 41 cirurgias vasculares, além de 135 consultas em Oftalmologia, 110 em Urologia e 200 exames de urgência, permitindo “aliviar significativamente a lista de espera” e reduzir os encargos para os utentes e suas famílias.
Nilton Sousa realçou ainda que, graças a estas intervenções, foi possível diminuir a taxa de amputações na ilha, melhorar a qualidade de vida dos pacientes e evitar custos elevados, já que no exterior uma cirurgia vascular pode ultrapassar os cinco mil euros por pessoa.
"É mais um passo importante para reforçar os serviços de saúde em Santo Antão e continuar a reduzir as lacunas nas especialidades médicas de que tanto precisamos", finalizou.
LFS/AA
Inforpress/Fim
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