Ribeira Grande, 27 Jun (Inforpress) – O condutor santantonense, Francisco Vezo, conhecido por Frenk, manifestou hoje preocupação com “a queda frequente” de pedras nas estradas da ilha, um fenómeno que segundo o mesmo continua a causar prejuízos materiais e a colocar vidas em risco.
Em declarações à Inforpress, Frenk contou que esta semana o seu veículo foi atingido por uma pedra, num novo episódio que voltou a trazer para cima da mesa o debate sobre a segurança rodoviária nas estradas que atravessam as zonas montanhosas da ilha.
Frenk disse que teve o seu veículo danificado enquanto transportava passageiros, incluindo peregrinos que se deslocavam para os festejos de São João Batista, no Porto Novo.
"Era por volta das 07:00, o carro estava cheio, levava vários peregrinos. Já perto do Farol Fontes Pereira de Melo, antes do segundo túnel, uma pedra caiu da rocha e bateu no para-brisas do meu carro, danificando-o", contou o condutor, visivelmente alarmado.
Apesar dos danos, segundo a mesma fonte, ninguém ficou ferido.
"Eu e uma passageira estávamos na frente. Graças a Deus não houve uma tragédia maior, porque a pedra não atingiu ninguém diretamente", relatou.
Segundo o Frenk, os condutores da ilha estão cansados de conviver com este perigo, sendo que as estradas de Santo Antão passam por baixo das rochas e “todos os dias caem pedras”.
“Muitos colegas já sofreram prejuízos e, mesmo com seguro, nem sempre os danos são cobertos, sobretudo quando atingem a estrutura do carro", concretizou.
Este episódio reacende o alerta para um problema antigo e com consequências trágicas.
No inicio deste ano, no mês de Janeiro, uma queda de pedras na estrada entre Porto Novo e Ribeira Grande resultou na morte de uma criança e de um jovem, além de ferimentos em vários passageiros, incluindo amputou uma turista estrangeira.
A tragédia gerou comoção e preocupação entre os moradores de Santo Antão, que pediram urgentes medidas preventivas nas estradas da ilha, especialmente na estrada Porto Novo - Janela, que foi o cenário desse acidente fatal.
Houve um clamor por intervenções nas encostas para evitar novos desabamentos de rochas e quedas de pedras.
Muitos sugeriram a instalação de redes de proteção nas áreas mais vulneráveis e a manutenção frequente das estradas para garantir a segurança dos cidadãos.
Além da estrada Porto Novo – Janela, os santantonenses destacam outras vias da ilha, como a estrada de acesso a Alto Mira e a estrada Ribeira das Patas – Ribeira da Cruz – Chã de Norte, como locais críticos que necessitam de barreiras de contenção e monitoramento constante para evitar novos incidentes fatais.
Ainda na mesma altura, o Serviço Nacional da Protecção Civil constatou a necessidade de se avançar com a limpeza controlada das encostas na estrada Porto Novo – Janela para minimizar riscos de acidentes por deslizamento de rochas ou queda de pedras.
A comandante regional do Serviço Nacional da Protecção Civil, Vitória Veríssimo, que chefiava uma missão a Santo Antão para avaliação da situação da estrada Porto Novo – Janela, disse à imprensa que, em 2023, este serviço já tinha identificado a necessidade de se fazer a limpeza das encostas em algumas estradas da ilha.
Nessa altura, a preocupação centrava-se na estrada de Alto Mira, no município do Porto Novo, mas o acidente ocorrido, em Janeiro deste ano, na estrada Porto Povo – Janela, em que morreram duas pessoas, mostrou a necessidade de se avançar com a limpeza das encostas nessa via.
LFS/AA
Inforpress/Fim
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