Santo Antão: Comunidade dos Caibros pede placa desportiva e lamenta perda de espaço tradicional

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Santo Antão: Comunidade dos Caibros pede placa desportiva e lamenta perda de espaço tradicional
06/08/25 - 01:14 pm

Ribeira Grande, 06 Ago (Inforpress) – Moradores da zona de Caibros, em Santo Antão, pediram hoje à câmara da Ribeira Grande para construir uma placa desportiva, após perderem o único espaço onde, há décadas, realizavam treinos, jogos e o Festival de Água Doce.

Em declarações à imprensa, o porta-voz dos moradores Staline Pires, manifestou “o descontentamento da comunidade” por não dispor de uma placa desportiva onde praticar desporto.

“Estamos inscritos na Copa Futsal da Ribeira Grande, mas não temos onde treinar. O único espaço que usávamos desde a infância, em Letedinha, foi-nos agora vedado pelo novo proprietário do terreno”, afirmou.

Segundo contou, durante anos, os antigos donos do terreno nunca impediram os jovens de utilizar o espaço. Para além de treinos de futebol e lazer, a comunidade promovia ali várias actividades de carácter social e cultural, nomeadamente, o Festival de Água Doce que, este ano, não será realizado por falta de espaço.

Outro morador, Stiven Lopes, reforçou o apelo, e disse que desde criança que usavam o terreno para organizar jogos, festival e convívios.

“Agora fomos proibidos e decidimos recorrer à comunicação social e à câmara municipal para reivindicar o nosso direito. Não queremos conflitos, apenas queremos uma solução. Se o terreno for mesmo privado, pedimos desculpa, mas se for reconhecido algum direito da comunidade, queremos poder continuar a usá-lo com tranquilidade”, disse Stiven Lopes.

A mesma fonte lamentou que a comunidade, ao contrário de outras localidades do concelho, nunca tenha sido contemplada com a construção de uma placa desportiva.

“Estamos esquecidos”, vincou Stiven Lopes, para quem a falta de infraestruturas limita o desenvolvimento juvenil e o espírito comunitário da zona.

Paulo Santos, outro morador, recordou que, após a época das chuvas, era prática habitual a população juntar-se para arranjar o espaço, de forma a torná-lo utilizável.

“Este ano, o novo dono não permitiu, dizendo que estávamos a estragar as plantações. Eu até compreendo, mas também temos de encontrar soluções. Desde criança que jogo ali. Uma vedação, por exemplo, evitaria esses danos. Precisamos de um espaço próprio. Aqui, não temos qualquer alternativa para lazer ou prática desportiva”, frisou.

Confrontado com as críticas, o proprietário do terreno, Anderson Medina, negou que tenha havido má-fé da sua parte e explicou que o espaço sempre teve dono e que as anteriores utilizações foram feitas com autorização do antigo proprietário.

“Nunca fui contra a realização do festival. Esse tipo de evento não prejudica as plantações. Agora, quanto ao futebol, é diferente, as bolas caem constantemente nas culturas e isso representa prejuízos. Invisto tempo e dinheiro no terreno e não posso deixar que tudo se perda”, afirmou.

A mesma fonte disse ainda que se sentiu pessoalmente atacado nas redes sociais por membros da comunidade, o que considera injusto.

“Não atacaram o Anderson, mas sim a farda que eu visto. Se tivessem optado pelo diálogo, como no passado, podíamos ter resolvido o assunto. Mas desta vez preferiram criticar publicamente. A página que usaram nem rosto tem. Fui maltratado por algo que podia ser resolvido”, finalizou.

LFS/AA

Inforpress/Fim

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