
Espargos, 27 Nov (Inforpress) - O presidente da Comissão Política Regional (CPR) do Sal, Carlos Monteiro, criticou hoje as declarações do ministro da Educação, acusando o Governo de ignorar os “problemas estruturais sérios” que continuam a afetar o sistema educativo na ilha.
A reação surge na sequência das chuvas de segunda-feira, 24, que levaram à interrupção das aulas em várias escolas, devido a inundações e degradação das infraestruturas.
Em conferência de imprensa, Carlos Monteiro afirmou que apesar de o ministro ter transmitido recentemente a ideia de normalidade no setor durante uma visita ao Sal “a realidade desmentiu o discurso oficial”.
Segundo o dirigente, bastou “tão pouca chuva” para paralisar atividades lectivas em estabelecimentos que continuam sem “manutenção adequada, com salas inundadas, equipamentos degradados e ausência de planos estruturados de intervenção”.
“Um dia normal de aulas transformou-se num tormento para alunos, famílias e professores, de forma totalmente evitável”, lamentou, reforçando que a situação expõe “uma contradição gritante entre o discurso político e o que a comunidade educativa enfrenta diariamente”.
Carlos Monteiro denunciou ainda a persistência de problemas como a falta de professores, ausência de profissionais de apoio, administrativos, limpeza e segurança, e promessas recorrentes de novas ofertas formativas, como ensino de línguas estrangeiras, que “são anunciadas todos os anos e nunca se concretizam”.
Sobre a segurança das escolas, o responsável esclareceu que não existem relatos de riscos graves, mas reforçou que as deficiências estruturais continuam a afetar o normal funcionamento das aulas.
O dirigente político sublinhou a necessidade de um “envolvimento real” de toda a comunidade educativa, famílias, escolas, professores, alunos e associações de pais, para “pressionar por soluções que permitam melhorias duradouras no setor”.
A mesma fonte criticou ainda o ritmo das obras das futuras instalações da Universidade Técnica do Atlântico (UTA) no Sal, que descreveu como “exageradamente atrasadas”, sem previsão de conclusão.
Apontou também preocupação com o “fraco desempenho escolar”, indicando que “um grande número de alunos do 12.º ano não conseguiu alcançar as notas mínimas” para transitar.
“O Sal merece mais”, concluiu, defendendo acções concretas, manutenção regular das escolas e investimentos estruturantes em vez de “discursos triunfalistas e estatísticas fabricadas”.
NA/AA
Inforpress/Fim
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