
Cidade da Praia, 14 Nov (Inforpress) - O Presidente da República (PR) fez hoje uma retrospectiva dos quatro anos de mandato, considerando “normais” as relações com o Governo, disse, entretanto, que o executivo é “muito tímido” na articulação e integração de acções.
José Maria Neves fez essas considerações durante o encontro reservado exclusivamente aos jornalistas, no quadro do 4.º aniversário do mandato, centrado na preservação da estabilidade institucional e na defesa de liberdades fundamentais.
No encontro, que durou cerca de duas horas, o mais alto magistrado da Nação respondeu às mais diversas preocupações dos jornalistas dos diferentes órgãos da comunicação social, na cidade da Praia, passando um olhar sobre esses quatro anos, enquanto árbitro e moderador do sistema político.
Ao responder às perguntas dos jornalistas, José Maria Neves começou por regozijar-se com a ideia de comemoração do Dia da Liberdade e da Democracia, sobretudo nestes tempos de “forte polarização”, quando questionado sobre a intenção.
“É fundamental comemorar a Democracia e Liberdade, sobretudo nestes tempos de forte polarização, discurso de ódio, tentativas de humilhação e de debates muito rasos nas diferentes sociedades, com problemas inventados para criar narrativas. É fundamental defendermos as liberdades e protegermos a democracia também no tempo em que a democracia está sob ataque”, analisou.
Neste sentido, o Governo aprovou uma resolução que institui oficialmente a comemoração do 35.º aniversário do Dia da Liberdade e da Democracia, que estabelece um programa nacional de actividades cívicas, culturais e educativas, a decorrer em Janeiro de 2026, com o objectivo de promover o diálogo intergeracional, valorizar a memória histórica e reforçar a cultura democrática.
Todavia, notou que o Presidente da República não foi informado da criação da Comissão para comemoração do 35.º aniversário do Dia da Liberdade e da Democracia, celebrado a 13 de Janeiro.
“Penso que comemorar o Dia da Liberdade e da Democracia exigiria a mobilização de todos os órgãos de soberania, todos os municípios e de todos os cabo-verdianos nas ilhas e na diáspora”, exteriorizou, esperando que haja essa cooperação e colaboração entre todos para comemorar “condignamente” os 35 anos da Liberdade e Democracia em Cabo Verde.
Assim, fica a aguardar, conforme disse, o programa que foi elaborado e o orçamento para as comemorações dessas efemérides.
Quanto às relações entre a presidência e o Governo, José Maria Neves entende que são “normais”, mas disse que o Governo é “muito tímido” na articulação e integração de acções, tomando como exemplo as comemorações dos 35 anos da Democracia e Liberdade.
“Mas também dos vazios na articulação, particularmente, na área das relações externas e da defesa nacional. Mas aqui, tem que haver adulto na sala e o Presidente da República tem que conter-se mesmo quando alguns discursos são excessivos e até desrespeitosos. O Presidente da República deve colocar-se acima dessas questões para salvaguardar o essencial. E é isso que tenho feito”, manifestou.
SC/ZS
Inforpress/Fim
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