São Vicente/Chuvas: Comunidades de Calhau e Salamansa sem electricidade rede móvel e internet

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São Vicente/Chuvas: Comunidades de Calhau e Salamansa sem electricidade rede móvel e internet
13/08/25 - 08:13 am

Mindelo, 13 Ago (Inforpress) – As comunidades de Calhau e Salamansa continuam sem electricidade, sem acesso à rede móvel e internet e com dificuldades nas vias de acesso após a tempestade que assolou a ilha de São Vicente.

Em declarações à Inforpress, a jovem Vanisia Fortes, cujos familiares moram no vale de Calhau, explicou que apesar de não haver perdas humanas “os estragos são enormes” nessa zona agrícola de São Vicente.

“Não se consegue contabilizar os estragos. Pelo menos a minha família perdeu as suas hortas e outras estão na mesma situação. Os animais foram arrastados para o mar pela correnteza. As pessoas sem electricidade, sem rede móvel e sem Internet para se comunicar”, explicou.

Segundo a mesma fonte, na Ribeira de Calhau, postes de electricidade e de telefone caíram, a estrada cedeu.

“Fizeram desassoreamento da estrada e construíram uma passagem alternativa, mas a estrada está muito perigosa com muitos buracos e a terra está a ceder aos poucos”, acrescentou Vanisia Fortes.

Contudo, já há um grupo de jovens do Calhau de diversas áreas a mobilizar-se, dentro e fora de Cabo Verde, para canalizar ajuda às famílias mais afectadas, segundo a mesma fonte.

“Já fizemos a identificação das famílias mais necessitadas para fazer chegar nelas bens de primeira necessidade”, adiantou a jovem, que pediu “mais atenção ao vale do Calhau” tendo em conta que se trata de uma zona agrícola “que abastece o mercado de São Vicente”.

Também a zona de Salamansa continua sem acesso à comunicação, conforme relatou à Inforpress o presidente da Associação dos Pescadores, Auxílio Matias.

“Voltamos a ter electricidade ontem às 9:00 e agora não temos luz. Já temos acesso à estrada, mas não temos internet, a rádio não está a funcionar, não temos nenhuma informação”, explicou Auxílio Matias que lamentou a morte das três crianças, uma das quais, revelou, poderia ter sido salva, caso fosse socorrida a tempo.

“O nosso objectivo era trazer os bombeiros aqui para ver se conseguimos dar às crianças um enterro digno. Foi uma tragédia que tivemos em Salamansa e espero que isto não aconteça mais em nenhum outro lugar do mundo”, acrescentou.

Auxílio Matias disse que não vai apontar dedos a ninguém pela catástrofe, mas pediu às autoridades que deem atenção a essa comunidade para não irem à Salamansa apenas em momentos de dificuldades. 

Também apelou às autoridades que apostem na prevenção para que não venham a acontecer os mesmos problemas no futuro.

A tempestade que assolou a ilha de São Vicente na madrugada de segunda-feira, 11, resultou em oito mortos, sendo sete pelas enxurradas e uma por eletrocussão, estando ainda três pessoas desaparecidas e 12 desalojados.

CD/AA

Inforpress/Fim

 

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