Brava: PAICV acusa o Governo de “fragilidade e falta de preparação” para lidar com emergências que afectam a ilha

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Brava: PAICV acusa o Governo de “fragilidade e falta de preparação” para lidar com emergências que afectam a ilha
24/04/25 - 09:20 am

Nova Sintra, 24 Abr (Inforpress)- A Comissão Política Regional do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), na ilha Brava, acusou o Governo de “fragilidade e falta de preparação” para lidar com emergências que afetam a ilha.

De acordo com o comunicado de imprensa do partido enviado à Inforpress, o acidente com o navio Liberdade, operado pela CV Interilhas, que aconteceu no passado dia 21, no Porto da Praia, resultou na suspensão de todas as viagens programadas para Brava, deixando dezenas de pessoas retidas no município.  

Neste sentido, de acordo com mesma fonte, estão retidos no concelho emigrantes que planeavam regressar às suas comunidades e cidadãos com problemas de saúde, incluindo mulheres grávidas que necessitam de deslocação urgente à ilha do Fogo para acompanhamento médico e tratamentos especializados, entre outros.

“Esta situação é inaceitável e reflete uma negligência recorrente na garantia de um serviço marítimo fiável e resiliente para a Ilha Brava, que não dispõe de aeroporto ou outras alternativas de transporte”, lê-se na nota.

Conforme salientou ainda, “é incompreensível e revelador da falta de coordenação” do Governo o facto de não terem sido tomadas “medidas imediatas” para mobilizar outros armadores que operam na região, como o navio Interilhas, que se deslocou à ilha do Fogo após o acidente, no entanto não chegou a Brava.

O PAICV ressaltou ainda que a ilha Brava não pode continuar a ser tratada como a “última prioridade” no sistema de conectividade de Cabo Verde. 

A ausência de ligações marítimas regulares e seguras, disse a mesma fonte, compromete o acesso a bens essenciais, prejudica a economia local, limita o turismo e, sobretudo, coloca em risco a saúde e o bem-estar da população.

Nesta situação, o partido considera que a dependência exclusiva do transporte marítimo exige do Governo uma “estratégia robusta de contingência”, com planos claros para responder a interrupções como esta, incluindo a rápida concertação com outros operadores marítimos e a mobilização de recursos adicionais.

Daí, exigir ao Governo que mobilize navios alternativos, como o Interilhas, Praia d’Aguada ou outros disponíveis, para retomar as viagens entre Praia, Fogo e Brava e garantir a assistência imediata aos cidadãos afetados, com informação clara sobre as soluções de transporte, bem como a realocação dos passageiros impactados.

Mas também, indicou, estabelecer um protocolo de emergência para situações de interrupção do transporte marítimo, com coordenação obrigatória entre a CV Interilhas ou outros armadores e as autoridades marítimas, assegurando que ilhas como a Brava não fiquem isoladas.

“Avaliar as falhas recorrentes no serviço prestado, garantindo que as prioridades sejam as ilhas sem alternativas de mobilidade” recomendou.

A Comissão Política Regional do PAICV na Brava pediu ao Governo, ao Ministério do Mar e às autoridades competentes para que assumam as suas responsabilidades e ajam com a celeridade que a gravidade da situação exige, e se comprometeu a continuar a lutar por soluções estruturais que garantam a dignidade, a segurança e o desenvolvimento da ilha.

DM/AA

Inforpress/Fim

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