Boa Vista: Bios.CV alerta para impacto da pesca, turismo e gatos em aves de espécies marinhas e de rapina

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Boa Vista: Bios.CV alerta para impacto da pesca, turismo e gatos em aves de espécies marinhas e de rapina
19/11/25 - 12:08 pm

Sal Rei, 19 Nov (Inforpress) – A Associação Bios Cabo Verde (Bios.CV), que trabalha com censos e proteção de aves marinhas e da rapina, alertou sobre ameaças como predação por gatos, pesca insustentável e perda de habitat resultante do turismo e urbanismo.

A informação foi avançada pelo coordenador de acampamento e técnico de aves da Bios.CV, Ruben Taccola, sobre a situação que tem sido observada pela associação, destacando a importância das acções em curso, especialmente na ilha da Boa Vista e ilhéus.

Sendo uma das suas preocupações evitar que o guinche [pandion haliaetus] enfrentam o mesmo declínio registado no passado com os abutres na ilha.

No âmbito do projeto de conservação de aves marinhas, com foco na cagarra [calonectris edwardsii], com concentração em ilhéus como Curral Velho e outras zonas de nidificação, o técnico indicou que a maior ameaça são as ações humanas, destacando-se a predação por gatos, classificados como "espécie invasora", que têm vindo a matar as aves e a comprometer as colónias.

As aves de rapina enfrentam ainda problemas derivados da pesca, como baixo nível de peixes no mar, que constitui a sua alimentação, o que força os guinches a afastarem-se dos seus habitats.

O desenvolvimento turístico e projetos imobiliários, como os previstos na Ponta do Sol, que se aproximam de onde existe uma colónia, também foram apontados como causas que levam a perda de habitat, perturbando e expondo as aves a roedores e gatos.

A organização, que realiza a contagem do número de aves para monitorização, indicou que colocam armadilhas para a captura e remoção de gatos dos locais de postura e nidificação, como forma de proteção e conservação.

A Bios.CV, dentro do trabalho de sensibilização e conservação destas espécies essenciais para a biodiversidade de Cabo Verde, apela à colaboração entre as autoridades, a comunidade e os promotores turísticos para encontrar soluções de desenvolvimento sustentável que proteja a fauna de aves do país, reconhecida pela BirdLife International como uma "área endémica para as aves".

MGL/AA

Inforpress/Fim

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