Mindelo, 25 Fev (Inforpress) - A União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição) desafiou hoje o Governo a tudo fazer para que os custos de contexto principalmente, os de energia e água, sejam atractivos para os investidores nacionais e estrangeiros.
Este repto foi lançado pela deputada da UCID, Dora Pires, em conferência de imprensa, no Mindelo, de antevisão ao debate parlamentar com o primeiro-ministro, que arranca na quarta-feira, sobre o tema “Crescimento económico e desenvolvimento”.
“Reduzir os custos da energia e da água em 30 por cento (%) deve ser um dos objectivos a ser assumido pelo país, caso queiramos efectivamente fazer a nossa economia crescer de forma muito robusta e consequentemente criar postos de trabalho capazes de garantir salários dignos”, afirmou.
Segundo a deputada, a burocracia é outro fenómeno até ainda bem visível na administração pública e que engrossa o pacote dos custos de contexto no país, criando muitas dificuldades no licenciamento dos grandes investidores.
“Alertamos aqui ao Governo para estar em sintonia com a realidade de muitos dos nossos empresários nacionais que, infelizmente, por razões de acesso ao crédito estão vivendo situações extremamente difíceis, impelindo-os para a bancarrota, aumentando o exército de desempregados e criando grandes constrangimentos ao desenvolvimento da cadeia de produção interna”, considerou.
Conforme a mesma fonte, a UCID é de opinião que lá onde se justificar, com projectos rentáveis e úteis à economia nacional, o Governo não deve ficar indiferente, mas deve usar as ferramentas existentes para fazer a economia funcionar e o país crescer.
Segundo Dora Pires, Cabo Verde também precisa de um transporte marítimo e aéreo entre as ilhas bem organizado, frequente, com voos internacionais em todos os aeroportos internacionais a qualquer hora do dia e da noite.
A deputada da UCID também afirmou que “há um descaso do Governo” com a Zona Económica Especial para a Economia Marítima (ZEEM) de São Vicente, acrescentando que a mesma “precisa de verbas para funcionar e cumprir os objectivos da qual foi criada”.
Segundo Dora Pires, os esforços do Governo para a redução da carga tributária e alívio fiscal “não têm tido o efeito desejado na prática visto que, se assiste no dia-a-dia os microempresários a reclamarem muito e outros a fechar os seus negócios por causa de intervenções desadequadas e muitas vezes despropositadas das repartições de finanças em vários cantos do país”.
Ainda durante o debate parlamentar, conforme a deputada, serão analisadas outras questões entre as quais votação da Conta Geral do Estado 2022 sobre a qual o Tribunal de Contas apontou várias irregularidades nos mapas de pensão aos municípios pela perda de Fundo de Financiamento Municipal (FFM), mapa de receitas e despesas da administração local, documentos que não estão em conformidade e falta de anexos informativos.
Sobre isso, considerou que “deve haver maior respeito com a gestão da coisa pública que é de todos e já é tempo do Governo cumprir as recomendações do Tribunal de Contas e serem punidas pelas falhas e não cumprimento das recomendações”.
CD/CP
Inforpress/Fim
Partilhar