Profissionais do IPC capacitados em gestão do património cultural face às mudanças climáticas

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Profissionais do IPC capacitados em gestão do património cultural face às mudanças climáticas
01/09/25 - 01:08 pm

Cidade da Praia, 01 Set (Inforpress) – Profissionais do património cultural estão reunidos na cidade da Praia, de hoje a sexta-feira, 05, numa acção de capacitação sobre a avaliação e gestão de riscos climáticos e ambientais, promovido pelo Instituto do Património Cultural (IPC).

A iniciativa conta com a parceria da Cooperação Espanhola, através da AECID, e insere-se no Programa ACERCA – Capacitação para o Desenvolvimento no Sector Cultural.

Em declarações à imprensa, a presidente do IPC, Ana Samira Baessa, realçou que a formação surge “num momento particularmente relevante” para Cabo Verde, marcado pelo dossiê de candidatura do campo de concentração do Tarrafal a Património Mundial da Unesco e pelos riscos recentes que ameaçam o centro histórico de São Vicente.

“Queremos munir os técnicos de ferramentas que permitam minimizar os impactos irreversíveis das mudanças climáticas sobre o património e reforçar estratégias de resiliência”, afirmou.

Durante os cinco dias de formação, serão aplicadas metodologias de referência internacional, com destaque para a análise de vulnerabilidades, planos de prevenção e gestão integrada de riscos.

Baessa salientou que mais de 50 bens no mundo constam actualmente da lista de património em perigo, dos quais 12 devido a ameaças naturais relacionadas com mudanças climáticas.

Para Cabo Verde, explicou, os riscos incluem chuvas intensas, inundações, ocupação desorganizada do solo e exploração excessiva de recursos.

Tarrafal será objecto da componente prática, permitindo aos formandos rever o diagnóstico da área classificada e consolidar o plano de gestão do risco, uma exigência da Unesco para a classificação de sítios a património mundial.

Baessa salientou ainda que a formação tem como meta ampliar a visão da conservação, incluindo não apenas o valor arquitetónico, mas também as comunidades, os seus usos e as envolventes que podem comprometer a integridade dos sítios

“O nosso objectivo é consolidar planos de mitigação que envolvam diferentes instituições e a população, assegurando a preservação do valor universal excepcional do património cabo-verdiano”, finalizou Samira Baessa.

Após os cursos sobre acessibilidade em museus e arqueologia subaquática, realizados em Agosto, a próxima etapa, prevista para Outubro, terá foco no inventário e digitalização de acervos.

A Formação em Gestão do Património Cultural em contexto de mudanças climáticas e riscos é a terceira acção do ciclo de formações promovido entre o final de Agosto e o início de Setembro.

CG/AV//AA

Inforpress/Fim

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