Mindelo, 21 Fev (Inforpress) – O primeiro-ministro defendeu hoje, no Mindelo, que emagrecer a máquina do Estado pode criar dificuldades à democracia, à representatividade e ao funcionamento do Governo e afectar “áreas estratégicas” da sociedade como saúde, segurança e educação.
Ulisses Correia Silva tecia essas considerações ao presidir ao encontro "Protecção e Inclusão Social" realizado pelo Governo hoje, no Mindelo, para assinalar o Dia Internacional da Justiça Social, mas que acontece dias depois de o bispo da Diocese do Mindelo ter dito na segunda-feira, 17, ser preciso emagrecer a máquina do Estado para aplicar em quem mais precisa.
O chefe do Governo à imprensa negou estar a reagir às declarações de Dom Ildo Fortes, mas falou durante o encontro, com a presença de várias entidades, sobre discursos que estão a ser feitos sobre a necessidade de se equilibrar um Estado, que “tem as suas despesas e precisa cada vez de mais recursos”.
“O grosso da despesa do Estado, da Administração Pública, está na despesa com o pessoal. E a despesa com o pessoal é educação, é saúde, é segurança e nós não podemos reduzir encargos nessas áreas, sob pena de termos problemas de funcionalidade em áreas estratégicas”, elucidou a mesma fonte.
Por outro lado, acrescentou, existem os órgãos de soberania, como o Governo e o próprio Parlamento, que trabalham em função da representatividade e proporcionalidade, que, defendeu, podem ser comprometidos se o número de representantes actuais forem reduzidos num país composto por ilhas.
“E quanto é que nós iríamos poupar de despesas em nome de criar dificuldades à democracia, à representatividade e ao funcionamento do Estado?”, questionou o primeiro-ministro, para quem todas essas variáveis devem ser tidas em conta quando se pede para emagrecer a máquina governativa.
Para Ulisses Correia e Silva, o problema não está aí, mas sim em crescer mais a economia, criar mais recursos e fazer políticas activas de emprego, empregabilidade e protecção social.
Referindo-se ao encontro em si, o chefe do executivo destacou a “boa interacção” registada com a intervenção de responsáveis de várias entidades que colocaram questões ao primeiro-ministro e ao ministro da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, Fernando Elísio Freire.
“O nosso empenho em dar respostas a situações mais críticas que têm a ver com famílias em situação de pobreza extrema e termos depois a boa parceria das associações, igrejas, ONG [Organização Não Governamentais] para conseguirmos atingir esse objectivo”, assinalou.
O Dia Mundial da Justiça Social assinala-se, anualmente, a 20 de Fevereiro.
Este dia foi implementado através da Resolução 62/10 da Assembleia Geral das Nações Unidas, a 26 de Novembro de 2007, com o intuito de ajudar na reflexão sobre a importância da dimensão social no processo da globalização, de forma a alcançar resultados mais justos.
LN/ZS
Inforpress/Fim
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