Cidade da Praia, 08 Jun (Inforpress) – O presidente do IANCV, José Maria Tavares disse hoje que produção dos instrumentos legais, recursos humanos e a formação constituem os principais desafios do Arquivo Nacional de Cabo Verde.
"Temos desafios enormes, que passam pela produção dos instrumentos legais e, ainda, a questão dos recursos humanos", disse José Maria Tavares em entrevista à Inforpress no dia Internacional dos arquivos, proclamado pela Assembleia geral do Conselho Internacional de arquivos em 2007 para sensibilizar a sociedade para a importância dos arquivos.
Continuou o conservador dos arquivos que a formação de mais técnicos nesta área constitui um desafio porque, segundo explicou, o país não tem um curso superior nesta área, lembrando que o último curso de Tecnologia Social de Arquivo foi há 20 anos.
"Recentemente foi feito um trabalho entre a equipa do Sistema Nacional de Educação e arquivistas do Arquivo Nacional, no sentido da criação do novo curso na área de Tecnologia Social de Arquivo", salientou, ressaltando que isto permite ter jovens formados a nível de todos os municípios, de forma a garantir o trabalho mais adequado em todos os sectores de Estado.
Por outro lado, o presidente do Conselho Directivo do Instituto do Arquivo Nacional de Cabo Verde (IANCV) assinalou que há uma certa "dificuldade" na organização de todas as informações que são produzidas nas diversas instituições do Estado, por isso defende que é necessário intensificar o diálogo entre o arquivo e os organismos do Estado nesta matéria.
"Estamos a trabalhar no sentido de criar essa consciência nas diversas instituições do Estado, para adequar a gestão da informação que é produzida e que tenha relevância", frisou.
Neste particular, lembrou que não é um processo fácil sensibilizar, mas é necessário fazer sempre esse exercício em cada uma das instituições para se perceber como é organizado o arquivo.
"É preciso que, em todos os institutos do Estado, tenha pessoas capacitadas e conscientes da importância da documentação que é produzida e do qual a gestão dessa documentação é um certificado de vida", explicou o conservador.
Em relação aos avanços, disse que durante estes anos o IANCV fez um trabalho "meritório" pelas equipas que deram início a esta instituição, na parte da recolha, organização desta instituição, apontando que ainda tem um conjunto de projectos que precisam ser avançados.
Para melhorar os serviços prestados aos utilizadores e acompanhar o desenvolvimento que acontece noutros países, assegurou que o IANCV vem implementando políticas de modernização, sobretudo, no que concerne à informatização, digitalização, legislação, formação e utilização de normas internacionais de descrição arquivística.
Com o objectivo de preservar os documentos ameaçados, nomeadamente, os mais frágeis, raros e consultados, o IANCV investiu nos projectos de microfilmagem e digitalização, bem como a informatização dos serviços da sala de leitura, da biblioteca e da sala de pesquisa.
O Arquivo Nacional de Cabo Verde foi criado pelo decreto nº 128/88, de 31 de Dezembro de 1988, com o objectivo de conservar, organizar, preservar e divulgar o património arquivístico nacional.
DG/HF
Inforpress/Fim
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