
Ribeira Brava, 07 Nov (Inforpress) – O Presidente da República realçou hoje a importância do mar na história e no desenvolvimento do país, sublinhando o papel determinante de homens como Nhô Antoninho que enfrentaram as adversidades para garantir a ligação entre as ilhas.
O Chefe de Estado falava durante a cerimónia de condecoração de António Spencer (Nhô Antoninho de Mar Liso) com a medalha de mérito da Segunda Classe, a quem descreveu como “um exemplo e uma referência” para as novas gerações, pela sua coragem e dedicação ao sector dos transportes marítimos nacionais.
“É uma forma de reconhecer, na própria comunidade, aqueles que se destacam no seu percurso de vida. Tarrafal é também um símbolo da nossa ligação ao mar”, afirmou.
Sublinhou que o mar sempre foi “a ponte que liga as diferentes ilhas do país, mesmo em condições muito difíceis”.
O Presidente recordou que, num passado não muito distante, as viagens marítimas entre as ilhas eram realizadas com grandes limitações, mas que, graças à determinação de homens destemidos, foi possível garantir a circulação de pessoas e bens em todo o arquipélago.
“Quando vemos as condições em que a navegação marítima era feita, cresce a nossa admiração por aqueles que contribuíram para o Cabo Verde de hoje”, referiu, acrescentando que o futuro do país continua a depender do mar.
José Maria Neves reiterou o compromisso de continuar a trabalhar para que os transportes inter-ilhas sejam cada vez mais previsíveis, seguros e de qualidade, de modo a assegurar a integração plena de todas as ilhas no processo de desenvolvimento nacional.
“Homens como o senhor António Spencer são exemplos para a nova geração, a homenagem que prestamos hoje é também um reconhecimento a todos os homens ligados ao mar”, destacou.
A cerimónia teve lugar no Museu da Pesca, no Tarrafal, espaço que o Presidente descreveu como “uma casa muito ligada ao mar e símbolo da perseverança e da ousadia do povo cabo-verdiano”.
José Maria Neves mostrou-se convicto de que “Cabo Verde vai ter um futuro azul”, perspectivando que o país vai no futuro cada vez mais ligar-se ao mar através da produção de água, de alimentos, de medicamentos, aos transportes, ao turismo e aos desportos náuticos.
Por sua vez, o condecorado, António Spencer (Nhô Antoninho de Mar Liso), expressou emoção e orgulho pelo reconhecimento do seu percurso ligado à pesca e à marinha mercante no país.
O antigo capitão recordou com nostalgia os tempos difíceis no mar e os riscos enfrentados diariamente pela tripulação.
“Percorria este canal entre São Vicente e São Nicolau diariamente e com muita carga, às vezes sentava na casa de máquinas e ficava a ver o Mar Liso em todo seu costado qual era a situação do casco, era um risco”, descreveu.
“Nhô Antoninho” considerou que esta condecoração tem “grande significado”, pois permitirá às novas gerações conhecer a importância do mesmo e mostrou-se satisfeito pelos reconhecimentos que o Mar Liso tem vindo a receber desde 2019, o que, segundo o mesmo, lhe deixa “orgulhoso”.
Estava também prevista a condecoração com a Ordem Amílcar Cabral, Segundo Grau, a Osvaldo Aranda de Azevedo, a título póstumo, ex-combatente da liberdade da Pátria, o que não aconteceu, pois, os familiares não conseguiram chegar à ilha e ficará agendado para uma próxima oportunidade.
WM/ZS
Inforpress/Fim
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