Praia: UCID denuncia abandono das obras de drenagem e alerta para riscos das chuvas (c/áudio)

Cidade da Praia, 20 Ago (Inforpress) – A UCID acusou hoje a Câmara Municipal da Praia de abandonar as obras de drenagem, alertando que a população teme pelas inundações e desabamentos já que a cidade não está preparada para a época das chuvas.

A denúncia foi feita pelo presidente da Comissão Política Regional da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição), em Santiago Sul, Juciliano Vieira, durante uma conferência de imprensa sobre as mais recentes chuvas.

Segundo disse, as chuvas que caíram recentemente expuseram a fragilidade do sistema, deixando bairros como Moinho, Ponta d’Água, Vila Nova, Calabaceira, Safende, Várzea e Fazenda vulneráveis a inundações e deslizamentos de terra.

“A cidade da Praia está com uma maquilhagem que parece bonita, mas na verdade não está, basta olharmos pelas encostas e bairros para vermos que está suja e não tem um sistema de drenagem em condições”, afirmou.

Vieira criticou o sistema de drenagem na Várzea, que “não funciona”, e as obras de drenagem no bairro do Moinho, iniciadas há mais de 15 anos, que nunca foram concluídas, mesmo com as sucessivas autarquias e Governos nunca chegaram a resolver o problema.

“As populações estão tristes e sem dormir, com medo, porque a lama pode entrar nas suas casas a qualquer momento”, disse, lembrando que há famílias já em risco devido a paredes prestes a desabar.

O líder da UCID em Santiago Sul acusou ainda a autarquia de Francisco Carvalho de actuar apenas de forma reactiva, recorrendo aos bombeiros para retirar a água depois das chuvas, em vez de apostar na prevenção a situação com limpezas e manutenções antes do período chuvoso.

“Se a câmara municipal não tem condições para terminar as obras, deve passar a responsabilidade ao Governo, as obras não são do MpD, do PAICV ou da câmara municipal, são do povo”, reforçou.

A UCID exige uma intervenção imediata e sugere que sejam feitas visitas aos bairros críticos e limpezas antecipadas das drenagens, especialmente, na Várzea.

Vieira criticou também a ausência de deputados e vereadores no terreno e acusou o poder local de realizar obras apenas durante o período da campanha eleitoral.

“Estamos na iminência de uma tragédia se nada for feito”, alertou, sublinhando que além do risco de inundações e desabamentos, o lixo acumulado e a falta de saneamento expõem a população a graves problemas de saúde pública.

Por outro lado, a moradora de Lém Cachorro, Crisolita Duarte, afirmou que a situação de abandono do bairro, marcada por obras por concluir, lixo acumulado e lama, sobretudo no período das chuvas, tem provocado prejuízos e riscos para a população.

A localidade de Lém Cachorro continua a enfrentar sérias dificuldades relacionadas com obras inacabadas, gestão de resíduos e problemas de drenagem, sobretudo no período das chuvas.

De acordo com Crisolita Duarte, a comunidade continua a enfrentar problemas estruturais sem respostas das autoridades locais.

“Todos os anos é a mesma situação. As pessoas perdem os seus bens, as estradas ficam danificadas e, mesmo com pedidos à câmara municipal, nada é feito de forma preventiva”, criticou.

A munícipe disse ainda que, com a queda das últimas chuvas, a sua varanda ficou inundada e apelou às entidades competentes para concluírem as obras paradas e reforçarem as infra-estruturas, de modo a evitar maiores prejuízos e riscos para a população.

CG/AV//HF

Inforpress/Fim