Praia: MpD diz que autarquia da Praia está sem respostas às preocupações dos munícipes - PAICV refuta

Cidade da Praia, 22 Mai (Inforpress) – A bancada municipal do MpD, oposição, acusou hoje a câmara da Praia de não ter estado a dar respostas às preocupações de munícipes, referindo-se a obras “abandonadas e descontinuadas” nos diferentes bairros, enquanto o PAICV refutou as acusações.

Esta insatisfação foi manifestada à Inforpress pelo porta-voz da bancada municipal do Movimento para a Democracia (MpD), no âmbito da II sessão ordinária da Assembleia Municipal da Praia, do mandato 2024/2028, que se iniciou hoje e com duração de dois dias.

Segundo Esmael Teixeira, em visitas a alguns bairros da capital efetuadas desde o mês de Abril, os eleitos municipais constataram obras estruturantes iniciadas no tempo de governação do MpD “paralisadas e sem nenhuma justificação” pela Câmara Municipal da Praia.

“Então, no período antes da ordem do dia, momento reservado para os munícipes trazerem as suas preocupações e também reservado aos deputados municipais, trouxemos estas preocupações para ver se a câmara, de facto, acelera o processo de desenvolvimento local”, explicou.

Conforme indicou, há actualmente obras, por exemplo, na Praça Amílcar Cabral, na Achada Santo António, retomadas recentemente após a visita da sua bancada e que deve ser concluída em Junho, segundo previsões da autarquia, mas que vê-se ainda com apenas calcetamento “sem nenhuma estética”.

“Esta obra foi orçamentada e aprovada no valor de 20 mil contos, desde o mandato anterior, entretanto iniciaram antes das eleições para tentar enganar os munícipes”, frisou.

Além disso, Esmael Teixeira apontou outras obras “descontinuadas e sem data de conclusão”, como os da pedonal de Terra Branca, criticando ainda o abandono do polivalente do Paiol, do mercado local e valas abertas em Pensamento, “constituindo perigo para os moradores”.

Ainda durante o primeiro período da sessão, o MpD contestou a não apreciação da conta gerência 2024 no período determinado, ou seja, em Abril, e o facto de ser deixado para o último ponto da convocatória.

Por seu lado, o líder da bancada municipal do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, poder), Aquiles Barbosa, negou essas acusações e explicou que neste momento há de facto obras paralisadas no município, sendo algumas já retomadas e outras que vêm de 2020.

Ou seja, explicou, são obras iniciadas em 2020 no mandato do MpD na câmara, iniciadas em época eleitoral e que não conseguiram terminar porque perderam as eleições e deixaram de lado.

“E são obras no âmbito do Programa de Requalificação, Reabilitação e Acessibilidade (PRRA) e todos sabem que a câmara da Praia é a única que não recebeu verbas do PRRA durante o primeiro mandato que terminou”, salientou, acrescentando que as que foram retomadas e terminadas são as obras que contam com verba exclusiva da autarquia.

Sobre o atraso na apreciação da conta gerência 2024, Aquiles Barbosa explicou que a lei de finanças estipulada que deve ser apresentada em Abril, mas que levou esse tempo devido às comemorações da festa da cidade.

ET/AA

Inforpress/Fim