Cidade da Praia, 17 Jul (Inforpress) – A presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) alertou hoje para um “aumento preocupante” na densidade vetorial dos mosquitos Aedes aegypti e de larvas, apelando ao reforço da intervenção colectiva, sobretudo com a chegada da época das chuvas.
Maria da Luz Lima, que falava aos jornalistas depois de um encontro com o grupo parlamentar do Movimento para a Democracia (MpD), adiantou que a situação foi detectada na última semana durante uma acção de monitorização habitual.
“Nessa monitorização habitual constatou-se um aumento da densidade vetorial dos mosquitos tanto da aedes aegypti como de larvas, isso requer uma intervenção ainda mais aprofundada”, precisou.
A responsável sublinhou que o INSP realiza a vigilância vetorial em todo o país, mas há necessidade de intensificar acções, tendo em conta a aproximação da época das chuvas, que favorece a proliferação do mosquito vector de doenças como a dengue e o paludismo.
“A delegacia de saúde já foi comunicada, o Programa Nacional contra as Doenças de Transmissão Vetorial também já tem conhecimento, e prevemos esta semana ainda intensificar e apelar também o aumento das acções a nível de controle dos focos dos mosquitos para evitar que esses mosquitos provocam um aumento da doença nas próximas semanas”, disse.
A presidente do INSP destacou que a vigilância entomológica é essencial durante todo o ano, mas especialmente neste período em que o aumento da temperatura e da humidade favorece a eclosão dos ovos.
Explicou ainda que o controle de águas paradas, o tratamento adequado do lixo e a eliminação de recipientes expostos são medidas essenciais para travar o aumento dos mosquitos.
“É uma situação preocupante, portanto estamos a ver com a autoridade sanitária local, Delegacia de Saúde, a Direcção Nacional de Saúde, Direcção Nacional de Ambientes, mas também o poder local, (…) e instituições que têm atribuições na questão do saneamento, no sentido de continuar essa intervenção musculada, ou até reforçar, para realmente reduzir ao máximo o número de focos de mosquitos”, apontou.
Maria da Luz Lima acrescentou ainda que, em breve, será lançada uma revista científica cabo-verdiana focada na investigação em saúde pública, com destaque para temas como vigilância entomológica, doenças não transmissíveis e comportamentais, entre outras.
Esta iniciativa visa aumentar a literacia científica e apoiar na tomada de decisões mais informada em várias áreas da saúde.
Na última semana, a nova representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) no arquipélago, Ann Lindstrand, alertou que Cabo Verde corre o risco de perder a certificação de país livre de malária, atribuída em Janeiro de 2024, caso não controle os casos de transmissão local até ao início do próximo ano.
AV/CP
Inforpress/Fim
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