Cidade da Praia, 12 Jun (Inforpress) – O presidente da Associação dos Armadores do Cais de Pesca da Praia reconheceu hoje a importância de restabelecer o período de defeso ao pescado, mas advertiu que a medida deve ser acompanhada de apoios para os profissionais da pesca.
Samora Barros fez estas considerações à Inforpress, quando convidado a reagir sobre a decisão do Governo de retomar o período de defeso do chicharro/olho largo, de 15 de Junho a 14 de Julho, e o da cavala preta, de 15 de Julho a 14 de Setembro.
Entre 2021 e 2024, o Governo suspendeu temporariamente o período de defeso destas duas espécies como medida excecional para mitigar os impactos da pandemia da covid-19 e, posteriormente, da guerra na Ucrânia e no Médio Oriente.
Após quatro anos de suspensão, o defeso foi restabelecido com a justificação de sinais de melhoria socioeconómica e dados científicos de captura produzidos pelo Instituto do Mar, como forma de proteger o período reprodutivo das espécies e garantir a sustentabilidade.
O presidente da Associação dos Armadores do Cais de Pesca da Praia concorda com a decisão afirmando que é importante, mas alertou para o impacto das mudanças climáticas e condições meteorológicas que têm afectado o sector.
“Este ano as embarcações praticamente não pescaram devido a ventos fortes e bruma seca e isso coincide com a retoma da época de defeso. Há que salvaguardar a época de defeso, mas também é preciso ter sensibilidade para com a classe, porque esses profissionais são pais de famílias que têm de levar o pão de cada dia para casa”, afirmou.
Samora Barros pediu medidas assertivas em prol da classe, propondo ao Governo apoios específicos acompanhados desta decisão, como por exemplo, subsidiar gelo para embarcações que dependem única e exclusivamente destas espécies.
“Também temos em cima da mesa do Governo uma proposta de fundo de apoio à pesca durante este período. São medidas que podem ser tomadas e que ajudam, e muito, a classe, que está a se sentir um pouco abandonada”, disse, afirmando que aguardam uma resposta.
Para este responsável, é importante encontrar um meio termo entre o respeito ao defeso e as condições adversas causadas pelas mudanças climáticas, de modo a mitigar os efeitos destas no sector pesqueiro.
ET/CP
Inforpress/Fim
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