Portugal: Cabo-verdiano candidato a presidente da câmara de Odemira quer “pessoas esquecidas” no centro das decisões (c/áudio)

Lisboa, 27 Jun (Inforpress) – O candidato da Coligação Democrática Unitária (CDU) a presidente da Câmara Municipal de Odemira (Portugal), Luís Cardoso, de origem cabo-verdiana, disse hoje que caso vencer as eleições vai chamar as “pessoas esquecidas” para o centro das decisões.

O funcionário municipal e actual vereador sem pelouros pela CDU, coligação de esquerda, formada pelo Partido Comunista Português (PCP) e pelo Partido Ecologista Os Verdes (PEV), falava à inforpress após o anúncio, na quinta-feira, 26, da sua candidatura para à presidência da Câmara Municipal de Odemira, nas eleições autárquicas de 2025.

Cardoso, que chegou a Odemira em 1994 com 20 anos, hoje com 54 anos, assegurou que a “única prioridade” caso vencer as eleições são as pessoas [de Odemira], reiterando que é o compromisso que assumiu e continua ciente que será possível trabalhar para resolver o problema das mesmas.

“Até a data, nota-se que as pessoas no fundo foram esquecidas. Há uma necessidade enorme de chamar as pessoas para o centro das decisões. Pode ter havido alguma tentativa com a força politica que ganhou as últimas eleições [Partido Socialista], mas na prática nota-se um grande défice e as pessoas sentem na pele e não só”, lamentou.

“A minha preocupação, vontade, o querer, o esforço e o trabalho é tentar resolver os problemas das pessoas a vários níveis, com destaque para habitação (…)”, insistiu o cabo-verdiano, natural da cidade da Praia, que apesar de estar na política desde 2018 não se considera um político.

Dentre várias prioridades, apontou ainda o desenvolvimento local, nomeadamente a parte económica e serviços centrais [sob a tutela do Governo], como saúde, segurança social, justiça e educação, que pretende introduzir melhorias, sobretudo no atendimento.

É que, segundo o candidato, que assumiu pela primeira vez funções de vereador pela CDU entre 2019 e 2020, em regime de substituição, neste momento nota-se um “défice enorme” da oferta, do atendimento ou do que as pessoas precisam, nestes serviços centrais.

Na ocasião, disse saber que como emigrante vai colocar na agenda esta questão, comprometendo-se em trabalhar para que os emigrantes residentes em Odemira tenham “as mínimas condições”.

Em Odemira vivem cerca de 80 nacionalidades, essencialmente indostânico, em que os cabo-verdianos são em número reduzido, segundo Cardoso, que apesar de ter vivido mais tempo em Odemira do que na sua terra natal, continua a ter uma ligação com o país, onde vai de férias frequentemente.

“Cabo Verde continua a ser a terra do coração, apesar de ter sido ‘adotado’ por Odemira, neste momento, também estou a ‘adotar’ as pessoas de Odemira, porque o trabalho que tenho estado a fazer é neste sentido (…)”, confessou.

Questionado se o seu nome foi consensual no seio do partido, respondeu nestes termos: “Foi, porque o trabalho que tenho feito ao longo dos oito anos tem dado resultado e tem sido divulgado quase de boca a boca. As pessoas aperceberam que o Luís Cardoso está sempre disponível e está sempre junto das pessoas que mais precisam e faz o elo de ligação entre as pessoas e quem decide”.

A título de exemplo, lembrou que nas reuniões do executivo camarário leva sempre um ou dois assuntos principalmente sociais, sublinhando que tem conhecimento do concelho e das situações precárias que ainda hoje existem em pleno século XXI.

Luís Cardoso, nasceu a 06 de Março de 1973, no município da Praia, e reside em Odemira desde 1994, onde fez a formação técnico-profissional em Gestão de Ambiente e dos Recursos Naturais, pela Escola Profissional de Odemira, tendo ainda frequentado a licenciatura em Ciências do Ambiente, na Universidade Aberta.

O candidato, que ao longo de mais de duas décadas desenvolveu a sua actividade profissional no sector do ambiente e dos serviços municipais na Câmara de Odemira, exerce desde 2016 funções no Sector de Leitura e Facturação da Água do Município de Odemira.

FM/AA

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