Porto Novo, 12 Fev (Inforpress) – A directora executiva da Associação Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Terrimar), Silvana Roque, defendeu a necessidade de uma “intervenção de grande porte” no Parque Natural de Tope de Coroa, no município do Porto Novo, em Santo Antão.
Para Silva Roque, que falava durante a visita do Presidente da República ao parque, esta área protegida precisa de uma “gestão efectiva”, com um plano de gestão e com uma equipa técnica especializada, alertando para a necessidade de se investir na resolução do problema de pastoreio livre, que ameaça a área protegida, criada em 2003.
Além da Terrimar, outras instituições têm realizado acções de protecção dessa zona protegida, mas se trata, até agora, de “uma gota no meio do oceano”, adiantou a directora executiva do Terrimar, defendendo investimentos na criação de currais para o confinamento dos oito mil cabeças de gado.
“Até agora, não há um plano de gestão, nem há técnicos especializados para trabalhar no parque”, explicou a mesma fonte.
A prioridade, continuou, deverá ir no sentido de restaurar os poucos currais existentes e construção de novos currais para o confinamento das cabras, avaliadas em oito mil cabeças.
Os cerca de 100 criadores residentes nas diferentes localidades situadas no Parque Natural de Tope de Coroa têm a consciência da necessidade de confinamento do gado, mas é necessário criar currais, explicou.
A visita do Presidente da República poderá, no entender da responsável da Terrimar, dar visibilidade ao parque natural de Tope de Coroa, que precisa de “uma efectiva gestão”.
A Terrimar tem estado a implementar um projecto de conservação da biodiversidade ameaçada do parque natural do Tope de Coroa, financiado pelo Programa Pequenas Iniciativas, contando ainda com a parceria do Ministério da Agricultura e Ambiente do Porto Novo, da câmara porto-novense e das associações comunitárias.
O delegado do Ministério da Agricultura e Ambiente, no Porto Novo, Joel Barros, informou que a preparação do plano de gestão deste parque natural está a ser equacionado no âmbito do projecto EcoRaízes, promovido pela Associação para a Defesa do Património de Mértola (Portugal).
O Parque Natural do Tope de Coroa, com uma extensão de 85 quilómetros, dispõe de 61 por cento (%) de espécies endémicas de plantas típicas em Cabo Verde, muitos dos quais na lista de espécies em vias de extinção, devido ao pastoreio livre.
JM/AA
Inforpress/Fim
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