
Cidade da Praia, 08 Out (Inforpress) – O PAICV criticou hoje, no parlamento, a gestão da educação pelo Governo, destacando retrocessos na valorização dos professores, na qualidade do ensino e na inclusão, e apresentou propostas para modernizar o sistema educativo a partir de 2026.
A posição do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV - oposição) foi manifestada pelo deputado Luís Pires durante o debate com o ministro da Educação, durante a sua intervenção no debate sobre o sector da educação proposto pelo Movimento para a Democracia (MpD- poder) na primeira sessão plenária deste mês, no novo ano parlamentar que arrancou hoje, na Assembleia Nacional.
O deputado do maior partido da oposição apontou “retrocessos desde 2016”, nomeadamente na qualidade do ensino, na progressão e valorização dos professores, na acção social e na saúde escolar.
Segundo Luís Pires, o actual Governo deixou de cumprir promessas relativas ao Estatuto da Carreira do Pessoal Docente, penalizando cerca de quatro mil professores e prejudicando aposentados que aguardam revisão das pensões.
“Professores cabo-verdianos, quase 10 anos depois, estão a receber menos do que tinham direito em 2016. A inflação acumulada de 20% torna insuficiente o aumento salarial de 16% anunciado”, afirmou o deputado, referindo-se à demora no pagamento dos retroativos de Janeiro a Agosto de 2025.
Luís Pires criticou ainda medidas como a redução da carga horária semanal, o modelo de agrupamento de escolas e a revisão curricular, considerando que “os processos foram deficientes e o produto final, insuficiente”,
Frisou, igualmente, a recente suspensão do manual de Língua Cabo-verdiana do 10º ano, considerando para o PAICV a medida “um retrocesso”.
O deputado apresentou, por outro lado, a visão do seu partido para a modernização do sistema educativo cabo-verdiano, defendendo que as escolas devem estar preparadas para enfrentar os desafios da economia global e da sociedade do conhecimento.
Segundo Luís Pires, é urgente adaptar o ensino às exigências dos novos tempos, integrando tecnologias digitais, inteligência artificial, competências socioemocionais, pensamento crítico, criatividade e capacidade de resolver problemas.
“Queremos escolas capazes de formar cidadãos íntegros, conscientes e livres do ódio, da mentira e da discriminação”, afirmou.
O deputado destacou a necessidade de escolas mais inclusivas, com universalização do Pré-Escolar, integração das necessidades educativas especiais, e fortalecimento da saúde e acção social escolar, reforçando a importância da Língua Cabo-verdiana como disciplina curricular e pilar da soberania nacional, e criticando medidas recentes que reduziram seu ensino no currículo.
Luís Pires sublinhou que, sob a gestão do PAICV a partir de 2026, será promovida a plena integração do pré-escolar no sistema educativo, com formação adequada dos profissionais e financiamento necessário para os municípios.
Além disso, garantiu que o Ensino Superior Público será gratuito e que bolsas serão atribuídas também para estudantes em universidades privadas.
“Cabo-verdianas e cabo-verdianos, no país e na diáspora, tenham fé e esperança. Faltam poucos meses para juntos reconstruirmos um Cabo Verde verdadeiramente para todos”, concluiu Luís Pires.
CM/CP
Inforpress/Fim
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