Cidade da Praia, 09 Jul (Inforpress) - Os partidos da oposição criticaram hoje a falta de medidas urgentes visando a regularização do contrato dos agentes de luta anti-vectorial, cobrando ainda acção do Governo na contratação de novos enfermeiros para as estruturas de saúde.
Em interpelação ao Governo sobre a política nacional de saúde e os desafios de acesso e cobertura universal à saúde, a deputada do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV-oposição), Adélsia Almeida, pontuou um conjunto de questões que carecem de intervenção do Governo.
Em destaque, apontou o processo de contratação de novos enfermeiros, a grande lista de espera das cirurgias e exames complementares, a ruptura de medicamentos das delegacias e centros de saúde, regularização do contrato dos agentes de luta anti-vectorial e a estratégia para a retirada de doentes mentais das ruas.
Por sua vez, Zilda Oliveira, deputada da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID-oposição), chamou a atenção do Governo para a importância do acesso público à informação e dados sobre a sífilis e a tuberculose.
Quanto aos agentes de luta anti-vectorial, a parlamentar lembrou que a classe trabalha sob um contrato de prestação de serviços há mais de 10 anos, com quatro meses de salários em atraso e um número reduzido que passou de 42 agentes em 2023 para 27, no momento.
Com as primeiras gotas da chuva, a deputada considerou ser agora prioridade do Governo iniciar os primeiros combates anti-vectorial.
Para a bancada do Movimento para a Democracia (MpD-poder), o País assistiu progressos notáveis no sector da saúde, com dados que comprovam este avanço, pese embora estar-se a falar de um sector exigente, complexo e que dificulta até mesmo os países com melhores condições materiais e recursos humanos.
Segundo a deputada Vanusa Barbosa, o índice de cobertura nacional deu um pulo de 69,6%, em 2017, para 71,3% em 2021, com um aumento de 11% no Orçamento de Estado para 2025.
Os dados demonstram ainda, recordou, o aumento da esperança média de vida de 12% em 2023, 71,8 anos em homens e 80 anos em mulheres, perfazendo uma média de 76 anos.
A redução da taxa de mortalidade materna que neste momento, evidenciou, situa-se em 36,8 por 100 mil nados vivos.
Relativamente aos investimentos, indicou a construção e acesso a equipamentos em várias estruturas de saúde, como da Santa Maria no Sal, criação de centro de diálise em São Vicente, centro de São Lourenço dos Órgãos, Assomada, Porto Sanitário de Cancelo, centro de estudos clínicos no HUAN, comunidade terapêutica de Ribeira de Vinha, ampliação de centro de saúde de Santa Cruz e São Miguel e a criação da primeira unidade de cuidados intensivos do país.
Falou ainda na adaptação e equipamentos de blocos de pequenas cirurgias na Ribeira Brava, três unidade de cuidados intermediários nas ilhas Sal, Boavista, a reabilitação de equipamentos de laboratórios, reabilitação do Centro de saúde reprodutiva do Porto Novo, laboratório de centro de saúde de São Nicolau, do Hospital regional Ramiro Figueiredo e o posto sanitário de Lombo Branco e Chão de pedras.
O ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, garantiu que a situação dos agentes anti-vectoriais encontra-se em “iminência” de ser resolvida, complementando que a situação da contratação de enfermeiros está a ser ultrapassada.
“Pretendemos sanar substancialmente com técnicos de laboratórios e Imagiologia, e com este corpo poderemos responder efectivamente a esta situação”, assegurou, referindo ainda que se está a equacionar estratégias com a participação da sociedade civil na formação de agentes comunitários para apoiar na intervenção das famílias e das comunidades.
LT/ZS
Inforpress/Fim
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