Cidade da Praia, 21 Mai (Inforpress) – O presidente do PAICV apelou hoje ao Governo para trabalhar mais no aumento da riqueza do país e geri-lo de melhor forma, considerando que isto implica, ter instituições consolidadas, sérias e cumpridoras das suas obrigações.
Rui Semedo fez este apelo durante a sua intervenção na abertura do debate com o primeiro-ministro sobre a transparência e desenvolvimento, um tema escolhido pelo grupo parlamentar do PAICV, nesta última sessão plenária do mês de Maio.
Para gerir de melhor forma a riqueza nacional, segundo este político, tem de ter instituições ajustadas às necessidades, com quadros recrutados com base nos critérios de competência, do mérito, da transparência, da seriedade e comprometidos com o desenvolvimento do país.
Acrescentou ainda, ter programas coerentes de infra-estruturação económica e social para melhorar o nível de competitividade do país e prestações de qualidade cada vez mais elevada, calcular de forma mais profissional os custos dos investimentos evitando os desperdícios e eliminando as derrapagens, que se vêm erigindo em problemas sérios da gestão dos investimentos públicos.
Ter critérios mais aprimorados de contratação pública, onde os concursos públicos sejam, de facto, a regra e os ajustes directos, excepções devida e convincentemente justificadas e ter investimentos que garantam, com eficiência, os serviços essenciais como os transportes marítimos e aéreos, por exemplo, como outras propostas para gerir de melhor forma a riqueza nacional.
Prosseguiu dizendo que, para isso, é necessário produzir mais e aumentar a riqueza nacional, afirmando que, em Cabo Verde, os recursos são escassos e que a sua criteriosa gestão é uma questão eminentemente ética e moral.
“Aqui cada centavo conta e é dever do Estado a sua utilização sob os mais elevados princípios da eficiência e da efectividade”, disse Semedo.
Sobre a transparência, considerou que é mais do que uma simples necessidade é um “imperativo moral”.
“Temos uma larga franja da população a viver na pobreza, uma elevada taxa de desemprego, porque a população tem um baixo rendimento, uma grande desigualdade social, porque temos um elevado nível de exclusão, mas também ainda porque temos um baixo nível de acesso a bens essenciais que garantam uma vida com maior dignidade”, explicou.
Rui Semedo sublinhou ainda, neste quesito, que o Governo deve preocupar-se mais em aumentar o rendimento das pessoas, em garantir uma maior inclusão e em promover o crescimento acompanhado de uma redistribuição equilibrada, de aumentar as oportunidades das pessoas e de materializar o sonho de viverem com dignidade neste país.
Segundo o parlamentar, a transparência é o factor “inquestionável” de desenvolvimento, em todos os quadrantes, mas que em Cabo Verde se emerge como uma questão “vital e essencial” para garantir a sustentabilidade do desenvolvimento do país.
Significa também, conforme explicou, um maior diálogo com os cabo-verdianos e o seu envolvimento “sério, leal e comprometido” em todas as fases da governação.
O líder do PAICV aproveitou para chamar a atenção do chefe do Governo, sobre a transparência “incompatível” em relação à recente aquisição do avião da guarda costeira em que, segundo Rui Semedo, foram tornados públicos três preços de compra “cada um mais elevado que o outro e sem sabermos, ao certo, qual o preço verdadeiro deste negócio”.
DG/HF
Inforpress/Fim
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