Cidade da Praia, 11 Set (Inforpress) - A vice-presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Joanilda Alves, afirmou hoje que o país enfrenta um “bloqueio completo” no sector da aviação civil, devido à paralisação dos voos interilhas da TACV.
A responsável exigiu que o Governo assuma responsabilidades e seja mais transparente.
A dirigente falava à Inforpress no final de uma visita à Agência de Aviação Civil (AAC), no âmbito da missão de fiscalização e acompanhamento das dinâmicas do desenvolvimento nacional.
O objectivo da visita foi ouvir o posicionamento da AAC “face ao bloqueio que o país atravessa”, numa altura em que “três aviões se encontram avariados”, representando um custo diário, conforme afirmou, de cerca de 4.500 contos ao erário público, perfazendo “mais de 120 mil contos por mês”.
Com isso, a vice-presidente do maior partido da oposição salientou que 11 dias após o incidente de 31 de Agosto, em que se registou a avaria de dois aviões, ainda não existem perspectivas para a retoma dos voos.
Afirmou que esta situação tem “consequências graves” que vão além das perdas financeiras.
“O que aconteceu em São Vicente, Santo Antão e São Nicolau demonstra que quando não há planeamento, a consequência é mais do que financeira. Tivemos perdas humanas. É preciso planeamento, acompanhamento e respeito pelos regulamentos”, sublinhou.
A responsável partidária criticou ainda a falta de informação oficial por parte do Governo e da transportadora aérea.
“O país está bloqueado, não há turismo nas ilhas sem aeroportos internacionais, os emigrantes estão retidos, as pessoas estão desesperadas e não há comunicação. Os cabo-verdianos viajam em aparelhos velhos, sem ar-condicionado, sem tripulação que fale português ou crioulo, e muitas vezes a bagagem fica em terra. Isso cria frustração e insegurança”, apontou.
Para o PAICV, a ausência de resultados da investigação aos incidentes recentes e a inexistência de mecanismos de substituição de aeronaves revelam “falta de responsabilização”.
“Mesmo que se saiba a causa dos incidentes, não haverá responsabilização. O acordo comercial em vigor não prevê a reposição dos voos com outros aparelhos em caso de avarias, o que agrava ainda mais a situação”, denunciou.
Joanilda Alves lembrou que foi durante a governação do PAICV que a AAC foi criada, em 2004, e que o partido construiu quatro aeroportos internacionais no país.
“Sabemos o que fazer neste sector, por isso estamos preocupados e vamos continuar a abordar outras entidades, incluindo o Governo e a própria transportadora aérea. Chamamos o Governo à responsabilidade, porque o país está parado e os cabo-verdianos merecem respostas”, concluiu.
KA/SR
Inforpress/Fim
Partilhar