Ocean Summit’2025 terá foco na literacia do oceano e aposta no envolvimento das comunidades costeiras – organização (c/áudio)

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Ocean Summit’2025 terá foco na literacia do oceano e aposta no envolvimento das comunidades costeiras – organização (c/áudio)
03/08/25 - 01:51 am

Cidade da Praia, 03 Ago (Inforpress) – A Fundação Carlos Albertino Veiga promove a 07 de Novembro, em São Vicente, a segunda edição do Ocean Summit, com foco na literacia do oceano e na aproximação entre ciência, educação e comunidades costeiras.

A informação foi avançada à Inforpress pelo presidente da fundação, Paulo Veiga, que adiantou que a edição deste ano será integrada na Ocean Week dando prioridade à compreensão sobre a forma como o oceano influencia a vida humana e como os comportamentos humanos, por sua vez, impactam os ecossistemas marinhos.

Avançou que foram assinados três protocolos nomeadamente com a Direcção Nacional das Pescas e Aquacultura, a Direcção Nacional de Política do Mar e o Instituto do Mar, sendo esta a primeira iniciativa da fundação inserida oficialmente na semana dos oceanos organizada pelo Governo.

Segundo Paulo Veiga, a literacia do oceano vai além do conhecimento científico, sendo também a capacidade de comunicar conscientemente sobre o mar e tomar decisões informadas e sustentáveis, assumindo responsabilidades individuais e colectivas para a sua preservação.

“Na essência é uma forma de nos ligarmos ao Oceano reconhecendo a nossa responsabilidade individual e coletiva para com ele”, precisou.

Tendo em conta que Cabo Verde é 99% mar, a fundação pretende não só disseminar o conhecimento científico, mas também valorizar o saber tradicional das comunidades costeiras e piscatórias, promovendo o intercâmbio entre ciência, política e vivência local.

“Um dos objectivos da Fundação é exatamente isso, como conhecermos melhor o oceano para podermos não só protegê-lo, mas também explorá-lo de forma sustentável, todos os recursos que possa haver e esteja disponível, (…) ligar a ciência, a educação, a política e a realidade cabo-verdiana, das nossas zonas costeiras, piscatórias e entre outros”, referiu.

O presidente afirmou que durante a cimeira dos oceanos, realizada em Junho na cidade de Nice, constatou-se que uma das grandes preocupações a nível mundial é a necessidade de envolver as comunidades nas decisões e debates sobre o oceano.

Neste sentido, assegurou que para a edição deste ano serão convidados representantes de associações de peixeiras e pescadores, que terão espaço para partilhar as suas experiências, desafios e propostas de solução.

“Temos que trabalhar com o povo e para o povo, portanto estamos a trabalhar os oceanos, temos que trabalhar com as comunidades e para as comunidades costeiras que temos”, sublinhou, realçando que o objectivo é envolver verdadeiramente quem vive do e com o mar nas decisões sobre o seu futuro.

Em relação à participação de instituições e individualidades internacionais, destacam-se a instituição canadiana DOTCAN e o Governo dos Açores, que irá trazer a sua experiência sobre o desenvolvimento de currículos escolares sobre a economia azul e a educação marinha e servirá de referência para Cabo Verde.

Acrescentou que está também a ser preparado um projecto educativo itinerante, em colaboração com a Fundação dos Mares e o Ministério da Educação, que permitirá aos alunos cabo-verdianos conhecer os fundos marinhos e a biodiversidade oceânica do país.

“Estamos a negociar também com o Ministério da Educação para este efeito, em que os miúdos poderão entrar num mergulho virtual e conhecer a profundeza dos nossos oceanos. Portanto apanhar toda a informação que temos e tê-lo virtualmente para que os nossos jovens e crianças possam também começar a ter este contacto com a riqueza que é os nossos mares”, realçou.

A primeira edição do Ocean Summit 2024, aconteceu em Outubro no Planetário Museu da Marinha Portuguesa, em Lisboa (Portugal).

AV/AA

Inforpress/Fim

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