Ministro reafirma compromisso político do país para integrar mudanças climáticas na política sanitária

Inicio | Ambiente
Ministro reafirma compromisso político do país para integrar mudanças climáticas na política sanitária
03/12/25 - 01:40 pm

Cidade da Praia, 3 Dez (Inforpress) – O ministro da Saúde reafirmou hoje o compromisso político do Governo em integrar plenamente os impactos climáticos na planificação e nas políticas públicas de saúde, sublinhando que o país “já sente na pele” os efeitos das alterações climáticas.

Jorge Figueiredo fez estas afirmações à imprensa, à margem da conferência internacional sobre mudanças climáticas, género e saúde na África Ocidental, sob o tema "Impacto das alterações climáticas no sector da saúde: desafios globais, respostas inclusivas e oportunidades para as comunidades vulneráveis", que decorre hoje e quinta-feira, 04, na cidade da Praia.

Segundo o governante, desde 2008 Cabo Verde mantém um envolvimento político contínuo com organizações não-governamentais e parceiros internacionais na discussão das questões de género, saúde sexual e reprodutiva e, mais recentemente, da ligação entre saúde e clima.

Jorge Figueiredo destacou que fenómenos registados recentemente nas ilhas de São Vicente, Santiago, São Nicolau e Santo Antão confirmam a urgência de reforçar a vigilância epidemiológica e ambiental.

“Hoje, mudança climática, saúde e género juntam-se num processo extremamente complexo. Cabo Verde está determinado a adaptar o sistema de saúde às alterações climáticas que são rápidas, espontâneas e exigem resposta imediata”, afirmou.

O ministro contrariou também a posição dos negacionistas que defendem que não há alterações climáticas no país.

“Estamos a senti-las diretamente. Mulheres, crianças e idosos são os mais afetados. Já vencemos a luta contra o paludismo, mas a subida da temperatura criou condições para o regresso da doença e potencial entrada de outras transmitidas por vetores”, alertou.

Relativamente ao Plano Nacional de Adaptação do Sector da Saúde às Alterações Climáticas, que vigora até 2027, explicou que, além da vigilância epidemiológica, o Governo pretende integrar variáveis climáticas em toda a política sanitária, de forma a medir impactos e ajustar as respostas do sistema de saúde.

A conferência internacional sobre mudanças climáticas, gênero e saúde na África Ocidental é promovido pela Organização não Governamental internacional ENDA Santé, em parceria com a sociedade civil cabo-verdiana (Morabi, Verdefam e Cruz Vermelha) e a CCS-SIDA, no âmbito do Programa Regional FEVE IMPULSE, financiado pelo Grão-Ducado do Luxemburgo

O evento também integra o Plano Nacional de Adaptação do Sector da Saúde às Alterações Climáticas do Governo de Cabo Verde (2023-2027), os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Agenda Africana para a Saúde e o Clima.

O programa FEVE – IMPULSE é implementado em 10 países: Benin, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau, Mali, Níger e Senegal e é implementado em Cabo Verde desde 2008 por um consórcio formado pela Morabi, Verdefam e Cruz Vermelha.

O projecto opera nas ilhas de Santiago, São Vicente, Sal, Boa Vista e Santo Antão e já possibilitou o atendimento integral a 16.525 pessoas vulneráveis, das quais 15.294 foram testadas para HIV, sendo que 151 pessoas testaram positivo para HIV e foram encaminhadas para serviços de saúde. 

CM/AA

Inforpress/Fim

Partilhar