Porto Inglês, 30 Mai (Inforpress) - O líder da bancada municipal do Partido Africano para Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), questionou hoje sobre a “existência e credibilidade” do estudo de impacto ambiental do porto do Maio.
Em declarações à Inforpress, Jovino Gomes assegurou que a situação de assoreamento do porto era previsível, uma vez que a movimentação de areia naquela praia é algo que acontece praticamente todos os anos
Por isso, disse estranhar que situação do tipo não tenha sido levado em conta no “suposto estudo de impacto ambiental”, sublinhando que tal como ele, a maioria dos maienses desconhece este documento.
Segundo a mesma fonte, a ilha vem acumulando “prejuízos e desconfiança” por parte dos emigrantes e turistas que visitam a ilha, uma vez que não possuem garantias do momento de regresso, com implicações de “vária ordem”.
Além do mais, frisou, as pessoas que estão no ramo do comércio, principalmente as “mulheres rabidantes", tem vindo a “acumular prejuízos sucessivamente”, e com esta situação estão “ainda mais aflitas”, tendo em conta que as suas mercadorias, entre verduras e congelados encontram-se no armazém da empresa Inter-ilhas a deteriorar-se.
"Conforme alegou uma rabidante, para contar esta situação teve que alugar uma embarcação para transportar a sua mercadoria, caso contrário perderia tudo o seu produto e isso foi mais um custo para ela e ao fim ao cabo são os consumidores a pagarem tudo isso, enquanto que os governantes mantêm- se impávidos e serenos", enfatizou.
Jovino Gomes considerou ainda que a ilha precisa de um barco com melhores condições para fazer a ligação diária com a cidade da Praia, caso for feito investimentos no sector primário, como agricultura e pesca, apostando nas novas tecnologias e com isso trazer mais rendimentos aos que se dedicam a estas áreas.
“Estamos a enfrentar ruptura constantes de mercadorias”, constatou a mesma fonte, para quem, com o aproximar do Verão, em que muitas pessoas visitam a ilha, caso não for resolvida a situação tal pode perigar a dinâmica e o desenvolvimento da ilha, defendendo que o actual Governo e a câmara maiense “não estão preocupados com esta situação”.
Conforme disse, existem privados com interesse em adquirir uma embarcação para fazer a ligação entre a capital do país e a ilha do Maio, mas que as autoridades “não estão a facilitar esse processo”, tudo para “manter o povo a sofrer e dependente do poder político”, lembrando que existem vários projectos que se encontram “engavetados”.
Apontou como exemplo o projecto de produção de água dessalinizada para agricultura, que tinha como prazo de entrada em funcionamento no passado mês de Abril.
Por outro lado, acusou, os jovens “estão sem solução” e a deixar a ilha à procura de emprego em outras paragens.
O sector pecuário, para aquele representante da bancada da oposição, também “continua a ser esquecido”, apesar de a ilha possuir “muito potencial”, porém alertou que é preciso produzir água também para disponibilizar aos criadores de gado, o que poderia ajudar no fornecimento e enriquecimento da gastronomia da ilha.
WN/AA
Inforpress/Fim
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