Porto Inglês, 06 Set (Inforpress) – O MpD (oposição na câmara do Maio) e o PAICV (situação) apresentaram hoje, durante a sessão solene do Dia do Município do Maio, leituras distintas sobre o actual estado de desenvolvimento da ilha.
Para o líder da bancada do Movimento para a Democracia (MpD), Zacarias Freire, que este ano assume pela primeira vez o papel de oposição, a governação do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) nos últimos nove meses tem sido marcada por retrocessos.
“A nossa maior preocupação, e também a da maioria dos maienses, são os sinais claros de um retrocesso generalizado em todos os sectores durante este quase um ano”, afirmou, acrescentando que o partido não está satisfeito com o rumo do desenvolvimento da ilha.
Entre as críticas, a oposição apontou a descontinuidade de obras, a degradação de infra-estruturas, a “ausência total” de saneamento e as dificuldades no abastecimento de água, que, segundo Zacarias Freire, comprometem os ganhos alcançados nos últimos anos em diferentes áreas.
Em contrapartida, o líder da bancada do PAICV, Fernando Cardoso, defendeu que, apesar dos constrangimentos herdados, a ilha tem garantido “mais liberdade e participação política”. Acusou ainda o MpD de exercer uma oposição “osso duro de roer”.
“O MpD dá sinais de que ainda não se conformou com os resultados das eleições, procurando apontar defeitos onde não existem. Nove meses depois, temos uma ilha mais livre e participativa, embora com muitas dificuldades por resolver”, declarou.
O PAICV entende que, após mais de três décadas de municipalismo, a ilha já deveria ter alcançado um patamar mais elevado de desenvolvimento, sobretudo no que diz respeito às infra-estruturas básicas.
Apesar das divergências, ambas as bancadas reconhecem que a ilha do Maio enfrenta desafios estruturais e defenderam uma maior intervenção do Governo central, nomeadamente através da atração de investimentos para o turismo e da construção de um aeroporto internacional, com o objectivo de equiparar o desenvolvimento da ilha ao das restantes ilhas rasas do país.
A sessão solene ficou ainda marcada pela ausência do Governo, que alegou indisponibilidade de transportes aéreos. A ausência, apesar da realização de duas viagens marítimas nesta sexta-feira, foi classificada pelo PAICV como um “sinal preocupante”.
RL//CP
Inforpress/Fim
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