Cidade da Praia, 18 Ago (Inforpress) – O deputado do MpD Luís Carlos Silva alertou hoje para a inexistência de um plano de prevenção e limpeza das ribeiras na Praia, advertindo que esta falha aumenta a vulnerabilidade dos bairros periurbanos durante a época das chuvas.
O parlamentar fez esta declaração a propósito da visita que o grupo de deputados do MpD eleitos por Santiago Sul realizou esta manhã aos bairros de Água Funda e Jamaica, para se inteirarem da situação do saneamento após as últimas chuvas.
Segundo Luís Carlos Silva, a ausência de intervenção da câmara municipal é evidente, não só, na limpeza das ribeiras, mas também na falta de uma estratégia para acompanhar o crescimento da cidade.
“Não temos arruamentos para acompanhar o crescimento da cidade, não existe uma estratégia para levar água aos novos bairros que estão a surgir, e muitas pessoas ainda vivem em zonas sem acesso a bens básicos, como água e electricidade”, disse.
O deputado denunciou ainda a proliferação de construções em zonas de risco, como ribeiras e áreas rochosas, sem fiscalização.
Recordou que, em Água Funda, as últimas obras de requalificação ocorreram em 2020, sem continuidade até hoje, o que, no seu entender, aumenta o perigo para os moradores.
Em tom de alerta, Luís Carlos Silva referiu que os efeitos das mudanças climáticas já se fazem sentir, defendendo que o caso de São Vicente deve servir de exemplo.
“As alterações climáticas mostram que eventos extremos podem tornar-se mais frequentes. Precisamos mudar a estratégia de organização das nossas cidades e dar mais protagonismo à resiliência climática nas políticas públicas”, afirmou.
Por seu lado, António Tavares, membro da Associação Comunitária da Jamaica demonstrou também preocupações e lembrou que as construções em leitos de ribeiras colocam muitas famílias em risco durante a época das chuvas.
O dirigente comunitário acrescentou que, embora algumas limpezas tenham sido realizadas, estas continuam insuficientes.
“Aqui na zona temos várias preocupações, porque, quando chove, as casas construídas no leito das ribeiras ficam ameaçadas. Precisamos, igualmente, de melhorias na placa desportiva, uma antiga reivindicação dos jovens, e de maior acompanhamento às crianças. Estamos a desenvolver um projecto de biblioteca comunitária, mas persistem ainda muitos problemas”, apontou.
Referiu ainda que, apesar dos alertas à população, muitas pessoas não têm condições de adquirir terrenos de forma formal, defendendo que as entidades devem intervir para garantir que as famílias possam ter acesso a terrenos e construir as suas casas de forma organizada e segura.
TC/HF
Inforpress/Fim
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