Cidade da Praia, 06 Mai (Inforpress) – A deputada Carla Lima afirmou hoje que a descida de Cabo Verde no Índice de Desenvolvimento Humano representa um retrocesso e que as medidas do Governo não têm tido impacto real na vida dos cabo-verdianos.
A deputada do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) Carla Lima fez estas afirmações durante a conferência de imprensa para balanço das jornadas parlamentares, em que apontou a perda de quatro posições de Cabo Verde no referido índice e o facto de ser o único país lusófono a descer de posição, significa que a condição de vida dos cabo-verdianos está a piorar.
“O Movimento para a Democracia e o Governo têm feito sempre um discurso de que o país vai bem, de que as pessoas estão melhor, estão felizes, que a felicidade é uma realidade e quando o PAICV confronta o Governo com as fracas condições de vida dos cabo-verdianos hoje em dia, com a perda de poder de compra, com o desemprego, com a falta de perspectivas em várias áreas, o MpD diz que é apenas conversa de oposição”, declarou.
No entanto, salientou que o Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas vem evidenciar uma realidade que, ao seu ver, o Governo insiste em não querer aceitar, ou seja, que as suas medidas e políticas implementadas não têm sido assertivas.
“Enquanto o Governo não tiver essa consciência, que é preciso olhar para o país real e ver as condições que nós temos neste momento para podermos traçar políticas públicas, que permitam aos cabo-verdianos ter melhores condições de vida, nós não avançamos. Há neste momento uma clara negação do Governo em relação a isso”, alertou.
Os dados integram o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2025 — “Uma Questão de Escolha: Pessoas e Possibilidades na era da Inteligência Artificial” —, que analisa o progresso numa variedade de indicadores conhecidos como Índice de Desenvolvimento Humano, que engloba conquistas em saúde, educação e nível de rendimentos.
O documento revela uma estagnação no IDH em todas as regiões do mundo, ao mesmo tempo que mostra que a Inteligência Artificial (IA) "pode reactivar o desenvolvimento".
Os dados do Relatório de Desenvolvimento Humano divulgados hoje pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) indicam que, entre os países lusófonos, apenas Cabo Verde desceu na classificação de Índice de Desenvolvimento Humano.
O arquipélago passou da posição 131 para a 135, numa avaliação que se centra no desempenho dos países em 2023.
A mesma fonte indicou que seis dos nove membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) subiram no 'ranking' de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU, com Portugal a manter-se na categoria mais elevada e Guiné-Bissau e Moçambique na mais baixa.
Num 'ranking' liderado pela Islândia, Portugal ocupa agora a 40.ª posição face à 42.ª registada no relatório anterior, seguindo-se o Brasil na lista de Estados da CPLP com melhor índice, subindo do 89.º lugar para o 84.º.
A Guiné-Equatorial manteve-se na 133.ª posição, Cabo Verde desceu da 131.ª para a 135.ª, São Tomé e Príncipe permaneceu no 141.º lugar e Timor Leste subiu do 155.º para o 142.º lugar.
Ainda na lista de países lusófonos que subiram no 'ranking' da PNUD está Angola, que passou da 150.ª posição para a 148.ª, Guiné-Bissau (da 179.ª para 174.ª) e, por último, Moçambique, que subiu uma posição (183 para 182).
Portugal é o único país lusófono na categoria de Desenvolvimento Humano "muito elevado", o Brasil é o único em "elevado", e Guiné-Equatorial, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Timor Leste estão na lista de países que registaram um Desenvolvimento Humano "médio".
Guiné-Bissau e Moçambique são os membros da CPLP incluídos na categoria de Desenvolvimento Humano "baixo", que é encerrada pelo Sudão do Sul na última posição (193.ª).
CM/HF
Inforpress/Fim
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