Jihad Islâmica compromete-se com acordo de cessar-fogo em Gaza

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Jihad Islâmica compromete-se com acordo de cessar-fogo em Gaza
22/10/25 - 07:55 pm

Jerusalém, Israel, 22 Out (Inforpress) - As Brigadas de Jerusalém, braço armado do grupo palestiniano Jihad Islâmica, anunciaram hoje o seu "compromisso total" com o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza entre Israel e o Hamas, em vigor desde 10 de Outubro.

O novo porta-voz do grupo, Abu Hamza, indicou hoje que a organização vai monitorizar o grau de cumprimento do acordo por parte do "inimigo", referindo-se a Israel, e acompanhar de perto os desenvolvimentos no terreno.

Num discurso gravado e transmitido na rede Telegram, a Jihad Islâmica realçou que a sua adesão ao acordo será proporcional às acções da outra parte e que continuará a vigiar eventuais incumprimentos.

Por outro lado, Abu Hamza, que apareceu encapuçado e vestido com um uniforme militar, anunciou a morte de oito membros do Conselho Militar das brigadas e de outros seis membros do seu Estado-Maior durante a ofensiva israelita de mais de dois anos na Faixa de Gaza, embora não tenha especificado quantos comandantes ainda estão vivos.

O porta-voz afirmou ainda que a "resistência" do grupo, que não reconhece a existência do Estado de Israel, vai continuar enquanto persistir a ocupação dos territórios palestinianos, e que a sua luta armada vai prosseguir "até chegar a Jerusalém".

A Jihad Islâmica foi fundada em 1981 e é considerada a segunda maior força política e militar na Faixa de Gaza, atrás do Hamas. Desde o início da guerra no enclave palestiniano, em 07 de Outubro se 2023, os dois grupos lutam juntos.

O cessar-fogo na Faixa de Gaza foi impulsionado pelos Estados Unidos, com apoio dos restantes mediadores internacionais, Egipto e Qatar, e de vários países árabes.

Na sua primeira fase, o plano prevê a troca de reféns em posse do Hamas por prisioneiros palestinianos, a retirada parcial das forças israelitas do enclave e o acesso de ajuda humanitária ao território.

Até ao momento, o Hamas entregou o total de 20 reféns vivos, mas apenas os corpos de 15 dos 28 mortos, em troca de quase dois mil prisioneiros palestinianos.

No âmbito do entendimento, Israel entregou hoje os corpos de outros 30 palestinianos que mantinha na sua posse, elevando o total para 195, dos quais 57 foram identificados, de acordo com o Ministério da Saúda da Faixa de Gaza.

A etapa seguinte, ainda por acordar, prevê a continuação da retirada israelita da Faixa de Gaza e o desarmamento do Hamas.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de Outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 68 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infra-estruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

Inforpress/Lusa

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