Cidade da Praia, 28 Jun (Inforpress) – O antigo Presidente da República Pedro Pires defendeu hoje, na cidade da Praia, uma abordagem “colectiva, inclusiva e mobilizadora” para enfrentar os próximos 50 anos do arquipélago.
“Cabo Verde 2075 não pode ser visto como obra tão somente dos governos. É toda a nossa sociedade que deve comprometer-se com o país e com o seu futuro”, exortou.
O apelo foi feito em declarações à imprensa no âmbito do XII Diálogo Estratégico promovido pelo Instituto Pedro Pires para a Liderança (IPP), sob o lema “Cabo Verde 2075: Construindo um novo consenso para o desenvolvimento”.
A iniciativa, que acontece no Estádio da Várzea, insere-se nas comemorações do cinquentenário da independência nacional e pretende lançar uma reflexão profunda sobre os caminhos futuros do país.
Para Pedro Pires, o simbolismo do local escolhido para acolher o evento, o mesmo onde foi proclamada a independência, deve reforçar a importância de pensar o futuro com responsabilidade e visão partilhada.
“Um sítio histórico de referência, creio eu, que se deve valorizar e lembrar-se dele”, ressaltou, sublinhando que o momento é de celebração, mas sobretudo de reflecção.
O antigo chefe de Estado realçou ainda que o desenvolvimento de Cabo Verde dependerá da capacidade de mobilização de todos os sectores da sociedade.
“O sucesso vai depender se somos capazes de motivar toda a nossa sociedade para a construção de um Cabo Verde diferente, mais desenvolvido, com bem-estar e felicidade para todos”, afirmou, enfatizando que cada cidadão tem um papel a desempenhar.
Entre os grandes desafios apontados estão a criação de emprego e a requalificação do sistema educativo, pilares que considera essenciais para preparar o país para os tempos vindouros.
Pedro Pires reconhece as incertezas do contexto internacional, mas insiste que é possível traçar caminhos e preparar respostas.
“São reflexões antes de certezas. Mas se não pensarmos no futuro, ele acabará por nos apanhar desprevenidos”, alertou.
O XII Diálogo Estratégico reúne líderes, especialistas, representantes da sociedade civil e jovens, numa jornada de pensamento estratégico e construção de compromissos intergeracionais para o futuro de Cabo Verde.
O presidente do conselho de administração da seguradora IMPAR, Luís Vasconcelos, um dos oradores do evento, sublinhou, por seu lado, a necessidade de se analisar o presente e perspectivar o futuro do país.
Embora reconheça que um horizonte de 50 anos seja ambicioso, Luís Vasconcelos enfatizou o valor da criação de uma “consciência nacional” em torno das grandes questões que o país enfrenta.
“Se perguntar a qualquer cabo-verdiano, há pilares fundamentais que são transversais aos 50 que já passamos e aos próximos anos que virão”, acrescentou, destacando áreas como educação, saúde, transportes e segurança.
Para ele, a definição de “políticas consensuais” e a garantia da estabilidade desses pilares “são cruciais para o progresso sustentável” de Cabo Verde.
Sobre a visão para Cabo Verde nos próximos 50 anos, Luiz Vasconcelos espera um país que consolide os ganhos já obtidos e supere os constrangimentos ainda existentes.
TC/AA
Inforpress/Fim
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