Imigração: AAI destaca papel da escola na integração e valorização da diversidade cultural e linguística

Cidade da Praia, 20 Jun (Inforpress) – A presidente da AAI afirmou que o espaço escolar deve ser entendido como lugar de acolhimento e de integração, destacando a importância de refletir sobre os desafios e oportunidades da diversidade linguística e cultural no sistema educativo.

A declaração foi feita por Carmem Barros, durante a sua intervenção na abertura da conferência sobre Diversidade Linguística nas Escolas em Cabo Verde e Portugal promovida hoje pela Alta Autoridade para a Imigração (AAI).

Segundo disse, a escola é, ou deveria ser, um lugar de acolhimento, compreensão e integração independentemente da diversidade e das formas de ser.

Sublinhou que a imigração é uma realidade que enriquece e complexifica a diversidade já existente nas sociedades, daí a necessidade de reflectir sobre os seus desafios e oportunidades, nomeadamente no sistema educativo.

Carmem Barros avançou que cerca de 2% e 3% da população residente em Cabo Verde é estrangeira ou imigrante, sendo que mais de 13% deste grupo tem até 14 anos de idade, estando, portanto, em idade escolar.

“Reflectir sobre a diversidade, os seus desafios e oportunidades é necessário, é imprescindível, para nós que estamos nesta área da integração e do acolhimento, mas também das políticas educativas”, afirmou.

Destacou ainda que cerca de 70% dos imigrantes em Cabo Verde são oriundos de países africanos, onde existem múltiplas línguas, o que torna essencial promover o diálogo intercultural.

Na ocasião, lembrou que Cabo Verde é um país que se gerou em contexto de diversidade cultural na sua origem e essência.

Neste sentido, deve assumir que a imigração trouxe novos desafios e reconhecer que é importante que a educação promova o diálogo e a compreensão intercultural aqui no país e em outros contextos.

“Importa falar da diversidade cultural que as imigrações carregam, nesta perspectiva da interculturalidade, não somente como uma palavra bonita, muito em voga hoje, mas como uma prática de compreensão e de relacionamento com outras culturas e com a nossa própria história, através da integração”, concluiu.

Durante o evento vai ser apresentado ainda o Caderno Intercultural n.º3 “Vamos falar de Imigração em Cabo Verde”.

AV/CP

Inforpress/Fim