Espargos, 18 Jun (Inforpress) - A delegada do Instituto da Criança e do Adolescente (ICCA) no Sal, Queila Soares, disse hoje que apesar dos “grandes avanços” alcançados, ainda persistem “alguns desafios que colocam em causa” o direito à educação a todas as crianças.
A afirmação foi feita durante o acto de abertura do Fórum Municipal sobre os Direitos à Educação, que acontece durante o dia de hoje no Salão Nobre do Paços do Concelho, enquadrada nas comemorações do Dia da Criança Africana, assinalado a 16 de Junho.
Anualmente, por esta ocasião, o ICCA, a Delegação do Ministério da Educação, a Câmara Municipal do Sal e seus parceiros realizam acções que visam a sensibilização das famílias, dos serviços e da sociedade em geral para a necessidade de reforçar e melhorar os cuidados das crianças e adolescentes bem, como informar e muni-las de instrumentos e conhecimentos para sua autoproteção e defesa dos seus direitos.
Segundo Queila Soares, apesar dos “grandes avanços” existentes a nível de todo o continente africano e, em particular, em Cabo Verde, os desafios vão surgindo conforme o crescimento e desenvolvimento do país.
“Há sempre necessidades de melhoria e de reforçar o sistema de ensino e garantir o direito à educação a todas as crianças (…) existem projetos a nível dos Estados e Cabo Verde associa-se sempre a projetos internacionais que muito beneficiam o desenvolvimento da educação, mas continuam os desafios”, sustentou.
Entretanto, destacou que a nível do município do Sal têm-se criado “cada vez mais e melhores condições” para assegurar o direito e a integração ao sistema de ensino, desde a pequena infância, com o desenvolvimento de creches e jardim pré-escolar e, posteriormente, investimento nas escolas do ensino básico e do ensino secundário.
Para a mesma fonte, a expectativa para o fórum é que as crianças possam identificar e conhecer quais os desafios que as crianças enfrentam na ilha e que possam levar questões e reflexões que os parceiros possam “agarrar” para fazer melhor.
Por sue lado, a delegada do Ministério da Educação na ilha, Márcia Pinto, considerou que o fórum é “um espaço importante” para ter a noção do que é que as crianças pensam, e ouvir quais as propostas para uma melhor educação para todos.
“Na educação estamos precisamente a trabalhar e a formar cidadãos do futuro, cidadãos abertos, proactivos, e então neste momento nós estamos à espera de ouvir muitas propostas, muitas sugestões, mas também que sejam eles agentes de uma educação inclusiva”, vincou.
Para Márcia Pinto, as próprias crianças e adolescentes têm a responsabilidade de reproduzir e colocar em prática o que aprendem nas escolas em diferentes disciplinas para que haja uma perpetuação a nível das gerações de uma educação inclusiva e de qualidade.
“Sal é uma ilha de desafios, então constantemente nós estamos aqui a trabalhar para que realmente possamos estar sempre no comboio da frente, e esse comboio da frente é quando nós temos alunos que dão cartas, tanto aqui a nível nacional como também além-fronteiras”, continuou.
Márcia Pinto insistiu ainda que a educação inclusiva é feita por todos, cada um dentro da sua competência, para esses objectivos e, assim, passar de patamar.
A vereadora de Educação, Maria João Brito, por seu lado, destacou os ganhos conseguidos como parceira da Educação na ilha, apostando nos incentivos para o acesso à educação.
Maria João Brito sublinhou que a Câmara Municipal do Sal tem traçado políticas que vão ao encontro das expectativas de cada uma das crianças da ilha, com políticas para a educação em complementaridade do Ministério da Educação.
O Fórum Municipal sobre o Direito à Educação visa conhecer e debater o sistema de ensino em Cabo Verde e no Sal, particularmente, estimulando a participação da criança e o adolescente para uma educação de qualidade e inclusiva.
NA/AA
Inforpress/Fim
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