Espargos, 24 Mar (Inforpress) - A UCID acusou hoje o Governo e a Câmara Municipal do Sal pelo “falhanço” e “insistência” de políticas públicas municipais para o saneamento e de serem responsáveis por deixarem os problemas do aterro municipal chegar ao “extremo de insustentabilidade”.
A acusação foi feita pelo vice-presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), Aldirley Gomes, em uma conferência de imprensa convocada para abordar a problemática do saneamento na ilha do Sal.
Conforme Aldirley Gomes, o saneamento é “sector de capital importância” para a ilha do Sal, destacando que mais de metade da indústria turística que “mais contribui” para o Produto Interno Bruto Nacional está nesta ilha.
“Apesar de ser a galinha dos ovos de outro, lamentavelmente, tem sido sempre o timbre desta governação, tanto municipal como central, a mera reacção aos problemas que nos assolam, e à semelhança do Pontão de Santa Maria e da estrada de Santa Maria, deixaram que os problemas do aterro municipal chegassem a um extremo de insustentabilidade”, disse.
Para a mesma fonte, o Governo central “é o principal responsável” por esta situação que, apesar dos avultados recursos que a ilha do Sal lhe rende, os investimentos e as políticas em consonância, para garantir a sustentabilidade do destino “têm sido inexistentes”.
Sublinhou que as receitas do Fundo do Turismo, das taxas de segurança aeroportuária, do Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA), têm estado a atingir “montantes astronómicos” mas os reinvestimentos no entanto “continuam ausentes”.
“Ao celebrarmos os sucessivos recordes de visitantes, com as directrizes a continuarem no sentido de se incrementar o desenvolvimento turístico, é preciso que se lhe acompanhem medidas de mitigação dos danos colaterais sobejamente conhecidas que acompanham a indústria turística”, apelou.
Aldirley Gomes lembrou ainda que em 2017, o autarca local já havia prometido resolver o problema em seis meses, mas passados oito anos, a ilha ainda encontra-se em meio a uma “série de contradições”, que, a seu ver, revelam o “falhanço e ausência total de políticas públicas municipais e nacionais” para o saneamento.
O responsável local da UCID considerou uma “tentativa de desresponsabilização” por parte da edilidade ao acusar a população de “não estar a contribuir” com a câmara municipal nas questões de saneamento na ilha.
“Perante todas as contradições e desinformações, agora vem acusar os adversários políticos de sabotagem, mas não aceitamos esta justificação e não aceitamos esta acusação (…) a UCID exerce o seu pensamento e a sua acção política estribado nos valores democráticos, na apresentação de ideias e na argumentação racional”, frisou.
Neste sentido, o vice-presidente da UCID instou a autarquia e o Governo a investigar e a apurar as acusações feitas de sabotagem perante os incêndios na lixeira de Morrinho de Carvão, afirmando que o estado tem meios para tal.
“A câmara municipal e o Governo devem assumir a sua responsabilidade e nesta linha, a UCID propõe que se adopte uma medida de emergência, que possa disponibilizar recursos humanos e financeiros para, em regime de urgência se abordar o caminho a seguir nesta matéria, porquanto a câmara revela-se completamente inepta e incapaz de apresentar soluções credíveis”, concluiu.
NA/ZS
Inforpress/Fim
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