Homenageados com Doutor Honoris Causa reiteram compromisso de fortalecer cooperação científica entre Cabo Verde e a Macaronésia

Cidade da Praia, 27 Out (Inforpress) – Os professores Basilio Valladares Hernández e José Secundino Gómez Soliño reafirmaram hoje o compromisso de continuar a apoiar a Uni-CV e a reforçar a cooperação com as instituições da Macaronésia, “um espaço geoestratégico de grande potencial no Atlântico Médio”.

Os dois académicos da Universidade de La Laguna  foram distinguidos pela Uni-CV com o título de Doutor Honoris Causa, em reconhecimento pelo contributo prestado à cooperação científica, académica e cultural entre Cabo Verde e as Canárias, no quadro de uma relação construída ao longo de mais de duas décadas.

Nas suas intervenções defenderam que o futuro dos arquipélagos do Atlântico Médio passa pela aposta na ciência, na cultura e no conhecimento como pilares do desenvolvimento sustentável e da emancipação das pequenas ilhas.

Basílio Valladares afirmou que “o progresso dos povos depende da ciência e da cultura”, defendendo que os países que mais investem nesses domínios são os que mais avançam e que Cabo Verde já deu passos significativos na área científica.

Valladares, que dedicou o título “aos que acreditam no poder transformador da ciência”, disse que “a maior honra que um cientista pode receber é o reconhecimento dos amigos e dos colegas”, sublinhando a amizade e a colaboração que unem as universidades das Canárias e de Cabo Verde.

Emocionado, o professor recordou a longa história de cooperação entre a Universidade de La Laguna, nas Canárias, e a Uni-CV, destacando a criação do primeiro laboratório de biologia molecular em Cabo Verde e a formação de dezenas de investigadores cabo-verdianos.

“Podemos fazer boa ciência do Sul. O que precisamos é de apoiar os nossos investigadores”, sublinhou.

Por sua vez, o professor José Secundino Gómez Soliño defendeu que o desenvolvimento das sociedades insulares não pode depender exclusivamente do turismo, mas sim de uma estratégia de diversificação baseada no conhecimento e na inovação.

“A prosperidade dos territórios insulares do Atlântico Médio não pode ser sustentada apenas pelo turismo. Precisamos transformar a força da ciência em iniciativas concretas, devidamente financiadas”, afirmou.

O académico lembrou que “os cientistas fazem o que podem, mas não fazem milagres”, apelando à concretização da Fundação para a Ciência, Inovação e Tecnologia de Cabo Verde, que considerou essencial para o reforço da competitividade e da investigação científica no país.

Os homenageados destacaram ainda a importância da Macaronésia – região que integra Cabo Verde, Canárias, Madeira e Açores – como “plataforma do conhecimento e da cooperação científica internacional”, defendendo a criação de um observatório conjunto para promover o desenvolvimento sustentável do Atlântico Médio.

A cerimónia solene, realizada no Campus da Universidade de Cabo Verde, contou com a presença do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, dos reitores das universidades da Laguna e de várias personalidades académicas e civis.

CM/ZS

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