
Cidade da Praia, 24 Set (Inforpress) – O presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, disse hoje que as condições de vida, “a agravar diariamente”, estão a levar os cabo-verdianos a situações de suicídios e feminicídios.
Francisco Carvalho, que falava à imprensa no âmbito do workshop sobre “Suicídio, Feminicídio e Homicídio”, destinado aos funcionários da autarquia, destacou a necessidade de se reflectir sobre as condições de vida em Cabo Verde, analisando a realidade de forma “séria e aprofundada”.
“Neste momento, a Câmara Municipal da Praia tomou a iniciativa de realizar este seminário de formação e sensibilização, visando o aumento do conhecimento dos trabalhadores”, afirmou, sublinhando que a intenção é levar a que todos saibam quais as causas do suicídio.
Neste âmbito, Francisco Carvalho chamou a atenção face aos comportamentos de superficialidade e ostentação, e apelou a tomadas de medidas concretas com impacto directo na vida das pessoas, visando com isso reduzir o suicídio e o feminicídio no país.
“Precisamos racionalizar os financiamentos que estão sendo desperdiçados no país, tanto a nível central quanto local, para resolver problemas da população, onde as pessoas possam ter mais ânimo, esperança e confiança”, acrescentou.
A edilidade concluiu, dizendo que, durante o período eleitoral de 2020, anunciou medidas em que a câmara municipal não seria “sombra de coqueiro”, mas uma instituição local que trabalhava para criar condições para os seus funcionários e não só para a sociedade praiense.
Por seu torno, o psicólogo Jacob Vicente, disse ser “extremamente importante”, cada vez mais, que haja parcerias para abordar o tema sob um ponto de vista mais construtivo, mais científico e também com base na realidade existente.
Ainda segundo o psicólogo, é preciso conscientizar as pessoas sobre a origem desses actos e as razões que levam as pessoas a cometer o suicídio e feminicídio.
“O feminicídio é uma forma de suicídio, por isso é fundamental entender o que está por trás de cada um desses fenômenos e como o nosso contexto, de forma geral e em particular, por bairros, influência esse tipo de comportamento”, acentuou.
Questionado sobre o porquê desta formação aos funcionários da câmara, Jacob Vicente lembrou que estes estão presentes em todos os bairros da capital, daí o facto de ouvirem e verem situações válidas que podem ser prevenidas.
“A câmara da Praia enquanto autoridade local, deve capacitar os seus funcionários que estão no terreno para que estes possam reportar e dar às autoridades locais oportunidades de fazer intervenções adequadas e no tempo certo”, sublinhou.
JBR/PC//ZS
Inforpress/Fim
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