São Filipe, 28 Jun (Inforpress) – A passeata de sensibilização contra agressão sexual de menores, realizada hoje, em São Filipe, contou com representantes de várias instituições que lidam directa ou indirectamente com a criança e adolescente, disse a delegada do ICCA, Samira Teixeira.
A passeata, promovida pelo Comité Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDDCA) em parceria com o Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA), teve a participação de um grupo de crianças, representantes da Procuradoria, Cadeia Civil, Delegacia de Saúde, Hospital Regional, Câmara Municipal de São Filipe, jardins de infância, rede de protecção das crianças e Aldeia SOS, entre outras instituições, segundo a delegada do ICCA.
A passeata com concentração e partida da alameda de Cruz dos Passos, passou pelos bairros de Santa Filomena, Cobom, Avenida Amílcar Cabral, mercado municipal, Lém de Baixo, rotunda da esquadra da Polícia Nacional e término no largo de Cruz dos Passos.
Os participantes destacaram a importância da sensibilização das pessoas pelo fenómeno de agressão sexual de menores e a necessidade de resposta à “crescente aumento de denúncias” de casos de violência sexual contra menores na ilha do Fogo, especialmente no município de São Filipe.
Alguns dos participantes defendem a necessidade de se criar estruturas de denúncia nas próprias comunidades, através de criação de núcleos com elementos das associações comunitárias, que segundo os mesmos possam ter um maior impacto.
Dados recentes divulgados pela delegação do ICCA na ilha apontam que no primeiro semestre de 2025 foram notificados 20 casos de agressão sexual, envolvendo crianças e adolescentes.
Desses casos, 11 ocorreram na faixa etária dos 13 aos 17 anos, com duas adolescentes actualmente grávidas.
Outros sete casos envolvem crianças entre 12 e 13 anos, sendo seis do sexo feminino e um do sexo masculino, mas há ainda um caso registrado entre quatro e seis anos de idade (sexo feminino) e um caso envolvendo uma criança de até três anos (sexo masculino).
Segundo informações obtidas pela Inforpress junto de uma fonte judicial, a Cadeia Regional da ilha do Fogo alberga atualmente mais de 160 reclusos, sendo que cerca de 20% (35 detidos), entre condenados e em prisão preventiva, estão ligados a crimes de agressão sexual contra menores.
JR/AA
Inforpress/Fim
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