Fogo: Incêndio em Campanas de Baixo consome sete hectares de terreno agrícola e de pastagem – delegado MAA

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Fogo: Incêndio em Campanas de Baixo consome sete hectares de terreno agrícola e de pastagem – delegado MAA
27/05/25 - 04:43 pm

São Filipe, 27 Mai (Inforpress) - Um incêndio de grandes proporções que deflagrou hoje na localidade de Campanas de Baixo, município de São Filipe, consumiu cerca de sete hectares de terreno, sobretudo áreas agrícolas, pastagens e fruteiras localizadas nas bermas das ribeiras.

A informação foi avançada pelo delegado do Ministério da Agricultura e Ambiente na ilha do Fogo, Estevão Fonseca, que suspendeu o levantamento que estava a realizar no município de Santa Catarina, na sequência de um outro incêndio, para acompanhar a situação do incêndio de Campanas de Baixo.

Segundo Estevão Fonseca, o levantamento da área afectada foi realizado com recurso a drone, permitindo uma delimitação mais precisa dos danos.

“Felizmente, graças à rápida intervenção do contingente militar, o incêndio foi controlado antes das 14:00. Havia muito combustível no local e, com o vento forte, as altas temperaturas e o tempo seco, poderia ter sido muito pior”, declarou o delegado do Ministério da Agricultura e Ambiente.

Apesar de extinto, o fogo continua a merecer atenção das autoridades e uma equipa permanece no terreno durante o dia para garantir que não haja reacendimentos.

“Estamos a manter a vigilância até ao final do dia”, disse o delegado que acrescentou que a imagem aérea permite delimitar a área consumida pelas chamas e avançar no encerramento de outros processos pendentes e relacionados com os incêndios de Maio.

O delegado reforçou ainda o apelo à população para que evite o uso do fogo, especialmente em terrenos agrícolas.

“A prevenção é a palavra de ordem. Já registamos cinco incêndios com alguma dimensão só no mês de Maio, sendo o mais grave o de Santa Catarina do Fogo, que já teve a sua área afectada actualizada de 277 (preliminar) para 300 hectares”, disse.

Os incêndios têm tido como causa principal a negligência humana, sobretudo na realização de queimadas, advogou o delegado que acrescentou que “todos os incêndios têm esse denominador comum”.

Os prejuízos, segundo o mesmo, são enormes quer para o ambiente, como para o Estado, para os proprietários, além do desgaste das forças operacionais e os custos elevados para o país.

O delegado do Ministério da Agricultura e Ambiente reforçou que, diante das actuais condições meteorológicas com muito vento, calor e tempo seco, é essencial que a população colabore e adopte uma postura de responsabilidade para evitar novas ocorrências.

Estevão Fonseca ressaltou que os cinco incêndios já consumiram de 400 hectares de terras agrosilvopastoril, nomeadamente terrenos agrícolas, áreas de pastagem, propriedades privadas e, sobretudo áreas florestais arborizadas e lembrou que as florestas são propriedade de todos e, como tal, devem ser protegidas, com muita responsabilidade.

“Estamos a ver muitas propriedades agrícolas e áreas de pastagem completamente destruídas”, disse o delegado que, em termos de danos ambientais,  apontou a erosão que é causada, o que exigirá que o próprio Estado intervenha com dispositivos de combate à erosão para de alguma forma mitigar os danos causados ao meio ambiente.

Com relação ao incêndio de Santa Catarina do Fogo, de maior dimensão, Estevão Fonseca disse que o levantamento ainda está em curso, mas que cerca de 300 hectares de terreno foram devastados pelo incêndio da semana passada.

Dos cerca de 300 hectares devastados, 50 hectares, aproximadamente, são de áreas florestadas, mais de 200 hectares de áreas de pastagem, ou de outro tipo de uso e quase 15 hectares de terras agrícolas de uso moderado, seja na agricultura de sequeiro ou com plantações de fruteiras.

O delegado do MAA disse que a lei florestal é clara e prevê sanções, além de desaconselhar o uso do fogo, ou o uso de forma controlada, em situações muito excepcionais, mas que requerem supervisão e algum tipo de apoio, para que possa haver algum controlo.

O contingente militar que ajudou a extinguir o incêndio de Campanas de Baixo já está a caminho da Cidade da Praia.

O comandante regional do Serviço Nacional da Protecção Civil e Bombeiros (SNPCB), Edson Alfama, disse que após a extinção do incêndio os militares conseguiram, no último momento, embarcar para a capital do país.

JR/ZS

Inforpress/Fim

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