Mindelo, 18 Jun (Inforpress) - Um grupo de ex-militares pretende criar a Associação de Veteranos das Forças Armadas de Cabo Verde, cuja assembleia constituinte deverá acontecer a 5 de Julho, em homenagem aos 50 anos da independência.
A informação foi avançada à Inforpress por um dos ex-militares impulsionadores da iniciativa Júlio de Carvalho, que se alistou como voluntário das Forças Armadas (FA) aos 16 anos, em 1981.
Esta iniciativa, idealizada por ex-militares, incorporados a partir de 1975, visa criar um espaço de memória, justiça e união daqueles que serviram o país com dignidade.
Júlio de Carvalho clarificou que não será uma associação de oficiais ou de sargentos, mas vai englobar todos os que passam ou passaram pelas Forças Armadas de Cabo Verde (FA), todos que serviram as FA com dignidade, que se mantiveram na instituição castrense até passar para a situação de disponibilidade ou reforma.
“Um dos objectivos da criação da associação é valorizar e reconhecer o percurso dos veteranos das FA, que carece de uma associação chapéu. E ainda divulgar a essência da prestação do serviço militar e o valor que isso representa para um País como nosso”, justificou.
Para Júlio de Carvalho, mesmo que Cabo Verde não esteja em guerra é preciso preparar-se para o amanhã porque pode enfrentar outras dificuldades.
Outro objectivo é mostrar a importância de os cabo-verdianos servirem as Forças Armadas bem como valorizar a memória, o dever cumprido, a solidariedade e outros imperativos militares.
“Há necessidade de fortalecer a cidadania e preservar os valores de Cabo Verde como nação independente nos últimos 50 anos e o papel de muitos de nós que serviram às Forças Armadas durante esse percurso”, explicou.
Para Júlio de Carvalho um dos “aspectos importantes” é a forma como o grupo dinamizador quer estruturar esta associação. A ideia é criar uma associação descentralizada, com base local e visão nacional, isto é, para evitar a centralização de mais uma organização numa determinada ilha.
“Vai permitir que cada ilha, com suas particularidades, crie uma associação que certamente acaba por evoluir mais tarde numa federação representativa. Isto é, se existe associações de veteranos em Santiago, no Fogo, São Vicente, Maio ou Brava ou qualquer outra ilha ou diáspora no fim elas congregam-se e acabam por fazer parte de uma federação representativa”, explicou, acrescentando que um ex-militar de uma ilha poderá vincular-se a uma associação de outra ilha.
Segundo Júlio de Carvalho, a proposta da criação dessa associação, que futuramente poderá evoluir para uma federação, é uma “ideia extraordinária” e uma proposta que respeita as especificidades do país, com 10 ilhas.
Também destacou que a proposta “respeita e valoriza cada ex-militar como peça viva da história de Cabo Verde, em que ninguém será excluído de ser membro por causa do posto que ocupava nas FA ou devido à sua condição económica, financeira ou social”.
CD/CP
Inforpress/Fim
Partilhar