Equipa de Portugal promove acção de sensibilização em neurodesenvolvimento para evitar perturbações na infância

Cidade da Praia, 02 Jun (Inforpress) – Uma equipa da SpeechCare Portugal iniciou hoje, na cidade da Praia, encontros com instituições ligadas à saúde, visando sensibilizar a sociedade em matéria de neurodesenvolvimento e evitar perturbações na infância.

A iniciativa tem como objectivo reforçar a resposta do país no domínio da linguagem, comunicação e aprendizagem infantil, através de um intercâmbio técnico-científico com profissionais dos sectores da saúde, da educação e do meio académico cabo-verdiano.

O projecto insere-se numa parceria entre a equipa SpeechCare especializada em terapia da fala e neurodesenvolvimento, e a primeira-dama, Débora Carvalho, enquanto presidente da Fundação Dretu.

Segundo o chefe da missão e neuropediatra, Tiago dos Santos, o neurodesenvolvimento pressupõe todas as etapas que surgem ao longo da vida da criança, desde que são bebês e que não conseguem fazer nada, até serem um adulto, que fala, locomove-se e tem todas as capacidades de um ser humano desenvolvido na sua plenitude.

Tiago dos Santos referiu que existem crianças que, por diversas razões, genéticas e outras do ambiente, têm perturbações de neurodesenvolvimento, um atraso na fala, têm dificuldades em compreender, em ler, e escrever.

Conforme revelou ainda, a missão é conhecer as diversas instituições, falar com os educadores, médicos, terapeutas, para a promoção junto da sociedade civil, recomendando as pessoas a falarem com as crianças desde muito cedo, estar atentos a resposta e, quando não se tem a resposta que é adequada, ter os sinais de alarme para procurar ajuda.

De igual modo, sublinhou que quanto mais cedo forem identificadas, as intervenções são mais eficazes e ajuda as crianças a terem um desenvolvimento na plenitude das suas capacidades.

“Os sinais de alarme são muitos e dependem de idade para idade”, mas, continuou, na criança pequena, ela não olha para os pais quando eles estão a falar com ela, não faz aquelas gracinhas de bater as palmas, e, entre os 18 meses e 02 anos, não diz as primeiras palavras, deve-se ficar preocupado e procurar ajuda.

Por outro lado, a primeira-dama, Débora Carvalho, realçou a importância da iniciativa e dos ganhos que o país poderá ter com o apoio da equipa de Portugal.

Debora Carvalho realçou que num primeiro momento vai ser estabelecido encontros com profissionais de saúde da Praia e de São Vicente, mas “sempre com a missão” de sensibilizar e manter uma educação mais inclusiva, equitativa e promovendo o diagnóstico atempado em todas as ilhas.

“Muitas vezes nós subestimamos a capacidade das crianças com necessidades especiais e não investimentos no ensinar, pelo que o objectivo é dar às mães estas respostas e ajudá-las na integração”, reafirmou a primeira-dama.

A actividade iniciou-se hoje até sexta-feira, 06, e a equipa é composta por três terapeutas de fala e um neuropediatra.

O objetivo a prazo é a mobilização de recursos para criação de competências locais com pessoas de Cabo Verde.

OS/AA

Inforpress/Fim