
Cidade da Praia, 10 Nov (Inforpress) – O director Rádio de Cabo Verde (RCV) garantiu hoje que a estação "nunca censurou" debates e que todos os programas parlamentares são incorporados dentro da linha editorial da rádio, respeitando a legislação e a ética profissional.
Em entrevista à Inforpress, Marcos Fonseca esclareceu a polémica envolvendo a cobertura das sessões parlamentares, explicando que o planeamento da programação visa organizar os conteúdos de forma equilibrada, sem prejudicar outros programas.
“Corremos o risco de investir, fazer conteúdos para depois não saírem por causa do parlamento. Então, o que é que queríamos era fazer isso, conjugar o parlamento da forma que nós trabalhamos normal”, afirmou.
Segundo este responsável, a ideia nunca foi suspender o parlamento ou cortar o debate, principalmente os debates com o primeiro-ministro, Estado de Justiça e Orçamento do Estado, mas sim enquadrá-lo na linha editorial da estação.
“Nunca pensamos em suspender o parlamento, que foi dito, mas que não é isso. Pensamos principalmente em cortar, por exemplo, aqueles debates na especialidade que são longos e quase ninguém vai ouvir”, esclareceu, avançando que vão emitir igualmente debates importantes.
O director detalhou ainda que a RCV mantém diálogo contínuo com todos os partidos representados no parlamento, e que apenas o Movimento para a Democracia (MpD, poder) e o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) ainda não responderam à tentativa de retomada dos programas.
“Agora que retomamos o programa Directo ao Ponto, desde 01 de Outubro, estamos à espera da resposta deles para retomar o programa, só o UCID já manifestou”, disse, avançando que o pedido foi enviado via email.
Marcos Fonseca reforçou que a cobertura parlamentar segue estritamente a linha editorial da rádio e que decisões sobre horários e formatos visam a melhor gestão da programação, garantindo imparcialidade e previsibilidade:
“A cobertura do parlamento tem de entrar dentro da linha editorial. Não é o contrário, a linha editorial é que tem de entrar nos interesses do parlamento”, advertiu, explicando que assim funciona com todas as categorias.
O director adiantou ainda que a RCV cumpre rigorosamente a legislação vigente e actua com profissionalismo, destacando que a rádio não abre mão da imparcialidade nem da ética jornalística.
“Eu podia abrir um programa aqui e disparar também contra o parlamento porque eles usaram um mecanismo deles onde eu não tinha voz para defender”, disse, reiterando que escolheu respeitar a legislação, ao invés de tirar proveito da sua função.
No mês de Maio, a decisão da Radio de Cabo Verde (RCV) de não transmitir as sessões parlamentares nos moldes habituais gerou um debate acalorado entre os grupos parlamentares e o Governo antes da aprovação da ordem do dia.
O presidente da Assembleia Nacional, Austelino Correia, ao iniciar a primeira sessão plenária no dia 07, comunicou aos deputados nacionais que recebeu uma notificação da direcção da RCV de que a mesma não iria transmitir todas as sessões parlamentares como transmite actualmente.
LT/AA
Inforpress/Fim
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